domingo, 4 de setembro de 2016

PARA INGLÊS VER


Para atravessar a Ria Formosa na Fábrica - sítio próximo de Cacelha-a-Velha - é preciso ir de barco para chegar à praia. A viagem dura poucos minutos - menos de cinco - mas por uma qualquer ordem é obrigatório a utilização de coletes de salvamento. O que parece uma medida acertada. E protectora até, não vá o diabo tecê-las.
E assim seria, não fora o aumento do perigo. Explico:
- colocados pela cabeça, os coletes têm uma frente - um peito - que cobre, em duas componentes, o peito das pessoas. Têm também duas correias que, passando pelas costas deveriam ser apertadas na frente - mas que não são utilizadas. Ou porque estão enroladas e atadas e, portanto, não utilizáveis ou porque já não existem. Ou porque não é fácil a manobra. Ou ainda porque, pura e simplesmente, não são apertados por a viagem ser demasiado curta.
Ora, colocados assim, os coletes de salvamento tornam a viagem mais perigosa do que sem qualquer apetrecho. Porque, se o barco se voltar ou alguém cair à água, as duas componentes dos coletes não fixas pelas correias ficarão à tona, deixando que a boca do utilizador fique "entalada" entre elas e praticamente dentro de água. E sem grande, pela presumível atrapalhação, possibilidade de ajustamento.
Pensei que a pôr o apetrecho - se não puser, multam-nos em 300€, avisam - a forma mais segura seria pô-lo ao contrário. Dentro de água a boca ficaria acima do colete, embora deixando de ter a possibilidade de ficar na posição de costas, de cara virada para cima e esperar a vinda de socorros.
Enfim tudo muito cuidado, cheio de efes e erres de segurança... para inglês ver, naturalmente.

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