segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Boas entradas...



Desenho em iPad

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Não ligamos a televisão

A experiência e o bom senso familiares construídos com gerações, mandaram que a televisão fosse desligada à hora do nosso habitual jantar de 25 de Dezembro. Avisada decisão: o jantar foi divertido, rimo-nos irmãos, sobrinhos e netos - o perú estava no ponto ideal e havia todos os acompanhamentos que fazem os hábitos da família. A conversa durou até tarde a conversar sobre a realidade da vida, sobre as coisas interessantes que vemos e vivemos todos os dias. Excelente decisão a de não ligar a televisão...



Desenhado em iPad

domingo, 23 de dezembro de 2012

Natal 2012

Desenho em iPad

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Água salgada v. água doce

Do blogue The Conscience of a liberal do Nobel de Economia, Paul Krugman, transcrevo - na língua original, o acto de drama curto em peça publicada no The Irish Economy e trata da batalha entre os de água doce e de água salgada. Dá para perceber posições e resultados.

"December 14, 2012, 9:13 am79 Comments

Bleeding the Patient: A Drama

The Irish Economy has the script, lifted from comments on a piece about the ECB still defending austerity; reposted here after the jump.

Re Box 6, By Gavin Kostick

[Scene: A spacious drawing room in Frankfurt. A patient is strapped to a table. M Drachet in attendance, plus admirers]

M Drachet: Our diagnosis for this fellow is an excess of partying, too much of the punch-bowl, a surfeit of humours, grass corpulence and a palpable debt overhang. Our remedy? Leeches!

[Enter Mr deKrugman, a plain talking Yankee]

Mr deKrugman: Hold your hand, sir! The patient is week. Leeches will only distress his condition further.

M Drachet: Oh that annoying fellow. Even your fellow Americans agree that leeches are the cure.

Mr deKrugman: Not any more they don’t. They’ve changed their minds.

M Drachet: Really? Never mind – bring on the leeches.

Mr deKrugman: Rather than leeches, this fellow needs an infusion of fresh blood to recover.

M Drachet: Are you volunteering?

Mr deKrugman: You, sir, can create all the blood you wish and you know it.

M Drachet: Balderdash.

[A fop whispers in M Drachet's ear]

M Drachet: Well that’s news. But you forget, our medical charter expressly forbids it. And you miss the nicer point, if we were to do so, this fellow would learn nothing from his foolishness and return to his profligate ways.

Mr deKrugman: Are you trying to cure the fellow, or teach him a lesson?

M Drachet: A soupcon of A and a morsel of B. Now, the leeches.

[The leeches are applied, and the patient becomes noticeably paler]

Mr deKrugman: Told you.

M Drachet: You really are the most arrogant fellow.

Mr deKrugman: Says the man with the leeches.

M Drachet: But this is part of the cure! You see he is being purged, in in being purged he will ultimately return stronger.

Mr deKrugman: Or dead like that poor Greek fellow.

M Drachet: And anyway, you quite misunderstand. It is not the leeches that make him pale, but, er, that, that and la bas!

Mr deKrugman: You’re pointing at a bunch of random things.

M Drachet: Not at all, I’m pointing at fetid air! Contagion I tell you. Stop looking at the leeches.

Mr deKrugman: Look, are the leeches to teach a painful lesson or to help the patient get better?

M Drachet: Can they be both?

Mr deKrugman: No.

M Drachet: To be honest monsieur, we do it because we’ve always done it.
But our meticulous research shows that if the patients have, er, died in the past – it wasn’t the leeches fault! It was, um, something else!

Mr deKrugman: I strongly recommend an infusion of fresh blood.

M Drachet: But if we tried something new and it proved better, why our reputation for competence would be in tatters – you laugh sir?

Mr deKrugman: No sir, I weep. I weep.

[They continue to bicker as the bloated leeches suck happily at the patient]"

E das sanguessugas de água doce estamos fartos!

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Para pior já basta assim...

Por razões diversas, não tenho tido tempo para escrever ou desenhar aqui para o Finisterra Suave. Mas tenho tido enorme vontade de o fazer para ver se me distraio das insuportáveis e irritantes formas de dizer a encobrir as malévolas formas de fazer. Torna-se insuportável abrir a televisão fora de qualquer série policial: o que se ouve é, na proporção directa do poder e da sua envolvente, insultuoso.

Gostaria de ter escrito sobre diversas coisas, a começar por um espantoso texto de uma senhora professora universitária de Direito que nos vem - numa demonstração de cobertura do bom costume português dos poderosos (o menor múltiplo comum social das Leis existe, mas não são necessariamente para cumprir) - afirmar que, dada a crise, a lei não necessitará de ser cumprida e o interesse deve ser o princípio a ter em conta. Escrevia sobre o Direito Constitucional e foi publicado no Público. O nome da senhora não me ficou (e se calhar devia, para não a esquecer).

Também gostaria de ter lembrado Óscar Niemyer e as suas curvas desenhadas das "mulheres que conheci e das montanhas que vejo" e tenho pena que um homem que acha que a vida tem "coisas muito mais importantes do que as festas com gente bem vestida a tentar dizer coisas inteligentes" não tenha obra visível próxima. Falei com ele uma vez sem grande oportunidade de falar de Arquitectura ou Cidade. Curiosamente, o meu filho - engenheiro - falou bastantes mais. Trabalhou até com ele.

Também lembraria uma excelente conferência de Manuel Aires Mateus, filho de um companheiro de atelier de outros tempos, que fez no fecho do ciclo das conferências "Do conceito à obra" organizadas pela "Estratégia Urbana" do Nuno Sampaio. Em cada obra mostrada, um elemento comum: o fazer urbanidade mesmo quando não há urbano para declinar. Exemplos cultos e inteligentes a marcarem a curiosidade de um percurso na articulação dos espaços livres - como na cidade, o desenho a ligar espaços públicos. E, claro, a enorme preocupação no tratamento da luz.

Mas o que me tem ficado na memória é a falta de paciência para abrir jornais ou noticiários - a sem-vergonhice tira-me do sério... ou - provavelmente mais correcto - será a mudança de paradigma traduzida na óbvia mudança de patronato?

domingo, 9 de dezembro de 2012

Vasco Massapina (1947-2012)

Morreu o Vasco Massapina. Morreu há pouco e soube-o há pouco.

Morreu um querido amigo - "para mim és meu irmão", dizia-me - e eu estou magoado, muito magoado. Com as escolhas da vida. E revoltado com aquilo que já não tem remédio.

Tivemos, temos!, inúmeras cumplicidades começadas há mais de meio-século no Colégio Militar: de gozo, de políticas, de política profissional, da política, de zacatrazes...ele é o 209 de 57. Por seu desafio e insistência, sou hoje membro do Conselho Nacional de Delegados da Ordem dos Arquitectos - "era bom que entrasses na lista, a Ordem precisa da tua experiência", disse-me. Disponível como sempre, deu-me, a cada pedido, a sua opinião sobre qualquer questão das muitas complexidades do exercício da profissão. Tive-a sempre ponderada, cuidada e inteligente - em ajudas empenhadas na melhoria da condição de prestação profissional dos Arquitectos e na exigência da Arquitectura.


Falamos longos tempos sempre ganhos da paixão Cidade - tenho sempre presente a sua tese do Tejo como centro da enorme Lisboa que queria ordenada, confortável e amigável - das políticas de cidade, das cidades generosas, da Arquitectura, das arquitecturas que gostávamos e que detestávamos, ríamos vezes sem conta entre um humor cáustico e só a vontade de rir. Detestávamos muitas mesmas coisas e múltiplos canalhas e canalhices. Ele detestava a indecência e respeitava - coisas que nos ficam do Colégio - aqueles que era suposto terem responsabilidades e serem decentes - dava-lhes sempre o seu melhor benefício da dúvida. E isso, nas descobertas da vida, aumentava-lhe a desilusão.

Do tempo do Colégio temos memórias memoráveis. Notáveis. Apesar disto e daquilo - não fomos dos "meninos da Luz" mais bem comportadinhos que por lá passaram... - gostámos os dois do tempo que lá passámos. O Vasco sempre gostou muito de cavalos - galopava em voltas à pista de atletismo com cronometragem do Pica - e teve sempre o desgosto de, ao contrário de mim, não ter feito parte da Escolta a Cavalo por causa das sofríveis notas de comportamento. "Como é que tu conseguiste?!", "Porque só me portei mal depois de ter entrado", respondia-lhe e ríamos como se tivesse sido um golpe genial. Como se os tivessemos fintado. E quantas fintas lhes fizemos... à cãozoada, à sargentada. Bons tempos que recordávamos com gosto e gozo. O Vasco gosta muito do Colégio! E tinha particular gozo em ir ao Colégio com netos, ao sábado de manhã, para os treinos de pentatlo - "a minha neta pode vir a ser grande atleta, é uma ganhadora", dizia-me com ar babado de avô orgulhoso.

Participei na sua equipa que fez o projecto - um desafio do Raul Passos então general director - para o novo pavilhão desportivo do Colégio. A regra que impusemos foi simples: aqui só entram ex-alunos (de preferência do nosso curso) e filhos de ex-alunos. E assim o projecto foi feito com os nossos filhos, o João (arquitecto) e o Raul (engenheiro) e mais uma série de amigos e camaradas - o Adão, o Amarela e outros mais novos - numa equipa de primeira. Foi um empenho sério, pró-bono e com um único objectivo: possibilitar ao Colégio um instrumento de grande qualidade num edifício capaz de significar o "nosso" espaço. Ficou um bom projecto que, um dia, espero que seja construído para fechar o círculo - desenho e construção - da Arquitectura.

Desde que adoeceu, bateu-se como um leão - não queria que o visitassemos, não queria que o víssemos "assim". Com pena, respeitei-lhe a vontade - fisicamente recordo-o como pretendeu, saudável.

Esteve sempre disponível para os amigos, tinha da camaradagem um conceito que ultrapassava a solidariedade. Vou sentir muito a tua falta, Meu Amigo. Zacatráz!


sábado, 8 de dezembro de 2012

Passo certo

Cada vez que ouvejo a tv, que leio jornais, que leio ou ouço qualquer media desde youtubes a sites e me aparecem gajos a falar das qualidades da situação, lembro-me sempre daquela embevecida mamã em alto, empertigado e bom som: parece impossível, só o meu filho é que vai com o passo certo!

É a perspectiva, querida, a perspectivazinha ... não é o passo nem o orgulho de mamã.

E os que ouço, ouvejo ou leio têm da perspectiva uma ideia fugaz. Como se o mundo fosse resultado da água doce das suas teorias.

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