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sábado, 15 de dezembro de 2018

SÃO AS MODALIDADES COLECTIVAS QUE DEFINEM O NÍVEL

O Desporto em Portugal não está — pelos resultados, pelo número de atletas federados ou ainda pela violência que o envolve — ao nível dos seus congéneres europeus. Porque temos uma população mais pequena? Não, populacionalmente somos um país europeu médio. As razões serão outras…
Razões aliás que procurámos disfarçar com a demonstração da inequívoca qualidade dos nossos atletas das modalidades individuais. Pois… mas o que estabelece o nível qualitativo da prática desportiva de um país são as suas modalidades colectivas. 
Essencialmente porque qualquer país do mundo pode ter campeões individuais mundiais ou olímpicos — a Etiópia tem 53 medalhas olímpicas (22 de ouro) em 13 presenças e com um PIB quinze vezes inferior ao de Portugal que tem 24 medalhas (4 de ouro) em 24 participações.
O mesmo não se poderá dizer das vitórias e títulos das modalidades colectivas que exigem estruturas e organizações desportivas de grande complexidade multidisciplinar, mostrando assim a dimensão do interesse cultural pelo Desporto.
A participação desportiva portuguesa, com cerca de 620 mil federados em 2017, é fraca. Somos um país de futebol, dizemos. E somos mesmo, com mais de um terço dos federados pertencentes à federação de futebol apesar dos nossos recentes resultados internacionais serem possíveis graças essencialmente aos futebolistas imigrantes que jogam em campeonatos muito mais competitivos que o nosso.
E aos poucos que somos juntámos a pouca precisão e pouca exigência como se demonstra na definição legal das modalidades individuais que serão todas aquelas que não permitem substituições… como o remo(!!) de barcos de oito ou quatro, por exemplo.
Não conseguimos — juros de anos de isolamento — ter uma visão sistémica do Desporto e pouco sabemos do que se passa por aí fora — mesmo a paredes-meias — ignorando o desenvolvimento de novos métodos e desleixando descobertas que se mostram eficazes como a designada “periodização táctica” que Vítor Frade terá iniciado e que os treinadores portugueses, a começar por Mourinho, têm espalhado pela Europa do Futebol e que tem sido adaptada por outros para outras modalidades colectivas.
Por cá, pouco ou nada queremos saber desses desenvolvimentos e nada fazemos para que sejam englobados nos nossos métodos de treino e extensíveis a outras modalidades colectivas. Embora desperdiçando as mais-valias e misturando conceitos e confundindo valores, gostámos de nos mostrar preocupados…
Porque o Desporto Escolar isto e aquilo, mas continua desarticulado com os clubes que, afirmámos!, constituem a base fundamental do associativismo desportivo. Que existe evolução das metodologias de treino, dizemos!, mas regulámos (pre)conceitos formativos que fazem de treinadores experientes uns novos estudantes a quem se impõe programas e estudos obrigatórios — qual a Ordem profissional que tem “formação contínua” obrigatória? — a que se acrescenta, numa abusiva demonstração de poder, esta sentença: a anulação da certificação de anos de treinador para quem não atinja o valor mínimo de créditos.

Assim, não vamos lá!

Texto publicado na Tribuna Expresso em 14 de Dezembro de 2018, e inserido na parceria Tribuna Expresso/Comité Olímpico de Portugal

quinta-feira, 14 de julho de 2016

DE FACA E GARFO...



.... e nem sequer tinham a galinha

terça-feira, 28 de junho de 2016

O BREXIT



segunda-feira, 18 de maio de 2015

Benfica campeão!


Noite dos Campeões
A praça do Marquês de Pombal 
pintada a vermelho.
Foto JPB iPad

Este, o 34º, já está cá. Bravo Campeões!

domingo, 2 de março de 2014

Mário Coluna (1935-2014)



Mário Esteves Coluna. Mário Coluna. Senhor Coluna.
Vi-o, felizmente, jogar vezes sem conta: pelo Benfica e pela Selecção. E gostava daquela autoridade suave, da forma como comandava jogadores e, principalmente, da forma como comandava a equipa. Um capitão extraordinário. Respeitadíssimo. Dentro e fora do campo, por companheiros e adversários.
Da bancada sentia-se o seu comando, a sua autoridade no comando do movimento, nas alterações de ritmo, na escolha do tempo que construia a vitória. Enorme capitão Coluna.
Com o que o via fazer, com o que lhe ouvia dizer, fui aprendendo e aprendi muito com ele para poder ser capitão de equipa - fui-o no futebol do Colégio Militar, no rugby do CDUL durante dez anos, no ténis do Clube das Olaias e, ainda, indigitado capitão da Selecção Nacional para a digressão a Inglaterra a que não pude ir por me ter lesionado. E procurei sê-lo de acordo com o que lhe observei e que com ele aprendi. Comandar sem abusar, impor regras competitivas sem desrespeitar companheiros, encontrar os melhores caminhos para a vitória.
Tive uma vez oportunidade de lhe dizer: Você é um Grande Capitão! Aprendi muito consigo. Sorriu-me.
Mário Coluna é uma figura superior do Desporto português e fIco muito satisfeito com a forma como o SL Benfica lhe soube prestar homenagem, agradecendo-lhe o enorme contributo para o engradecimento da imagem do clube e mantendo-o vivo na memória dos benfiquistas.
Que a memória nos relembre o exemplo. Desportivo e de cidadania. 
Mário Coluna, o Monstro Sagrado.

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Eusébio: Pantera Negra (1942-2014)

Estou com Alfredo Di Stefano: Eusébio é o melhor jogador de todos os tempos. Na velha Luz, vi-o vezes sem conta a jogar aos domingos e quarta-feiras europeias e desde que começou no Benfica e vi-lhe coisas extraordinárias: golos espantosos, corridas de bola controlada de tirar o folêgo ao mais pintado espectador, passes com precisão milimétrica, remates de tirar da frente o mais corajoso, meneios de corpo de deixar um, dois, três pregados a ver passar. Gritei com ele, aplaudi os seus comemorativos socos no ar, corri com os olhos as suas voltas de oferta e agradecimento. Vi, com ele, do melhor futebol do Mundo. E porque gosto de futebol vi também outros grandes nomes do futebol mundial - a grande, a enorme maioria (senão todos) dos considerados 10 Melhores Jogadores Mundiais. E digo com D. Alfredo: Eusébio é o melhor jogador de todos os tempos.
Que maravilhas me proporcionaste, Eusébio! O que vi de bom futebol e o que, eu e os outros que fazíamos parte da equipa do Colégio Militar paredes-meias a separá-la da tua, tentávamos imitar: é assim qu'ele chuta, dobra o tronco, puxa o pé pró rabo, estica, levanta a perna. E insistíamos até fazermos melhor do que fazíamos. 
Era o tempo do Cinca-qualquer um - marca da vitória de fabrico na Luz. Nunca me esqueço dos dois golos simétricos que aí marcou ao Real de Madrid: iguaizinhos, um de um lado, outro do outro. Bola recebida na zona lateral poucos metros á frente da linha de meio-campo, arranque em velocidade a flectir para dentro e logo um, dois a ficar atrasados, entrada na quina da área, chamada pelo Bettancourt e golo! com a Luz já de pé a festejar. E como festejávamos quando o árbitro assinalava livre próximo do limite da área: gritávamos GOLO! só pelo apito. Um estádio a gritar golo só porque Eusébio ia marcar o livre. A certeza, a confiança no Pantera Negra. No Rei!
Anos antes - em 62 - já o meu pai tinha ido a Amsterdam ver a final europeia - o bilhete ainda andará guardado num fundo de gaveta aqui de casa - e nunca me cansava de lhe pedir para contar as sensações do "ao vivo" para compôr as minhas do ecrã.
Os quatro da Coreia do Norte vi-os num salão cheio de gente e também na televisão a preto-e-branco. Mesmo a levar três, o sentimento é que ainda havia o Eusébio: e houve! E de que maneira. Uma festa!
E quantas festas mais, mesmo de joelhos avariados, sempre a marcar presença e sempre a impôr a sua regra: é preciso querer ganhar! E como ele queria. E como nos ensinava a querer também noutros campos e noutros desportos.
Tive oportunidade de o conhecer e conversar com ele. E pude transmitir-lhe toda a admiração que tinha por ele. Não só como jogador mas como desportista - uma permanente lição de desportivismo - e como ser humano: Eusébio foi - é! - um caso sério do Desporto Mundial. Eusébio é marca incontornável do desporto português, do desporto mundial. Simples, humilde, generoso: sou simplesmente um jogador da bola, deixa-nos uma herança pesada que temos obrigação de garantir passar às novas gerações.
Mantenho-me com D.Alfredo: Eusébio é o melhor jogador de todos os tempos!
E lembro os golos, os remates, os saltos, as corridas, as fintas. E lembro ele próprio. O que eu vi com Eusébio. Um monumento.

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