sexta-feira, 28 de maio de 2010

Prémio Secil Unversidades de Arquitectura 2009

Por convite da Ordem dos Arquitectos e com aceitação da Secil, fui presidente do júri do Prémio Secil Universidades de Arquitectura 2009. A cerimónia de entrega dos prémios foi no Teatro D. Maria II – que a administração da Secil (no caso Mário Valadas) teve a feliz ideia de abrilhantar com a orquestra do Hot Clube, que já não ouvia (do verbo ouver, claro) há muito tempo e está que em excelente forma. Recomendando-se, naturalmente.

O Pedro Queiroz Pereira – presidente do Conselho de Administração da Secil – depois de agradecer aos jurados e presidentes de júri, resolveu lembrar a nossa amizade que vem dos tempos de alunos do Colégio Militar e transmitiu a toda a gente que, no meio, eu era mais conhecido pelo “200”. Quando chegou o tempo da minha intervenção, agradeci a lembrança que tinha feito da excelente casa que era o nosso Colégio Militar e aproveitei para lembrar que o Presidente da República, ali presente, era aluno honorário. Que, para espanto do Pedro, lhe dizia: E tenho número! Claro que tem número, é o “695”. A seguir disse o que tinha preparado e que não anda longe do texto que anteriormente escrevi para o catálogo dos premiados. Assim:

“Senhor Presidente da República.
Senhoras e Senhoras, Membros do Júri,
Premiados, Participantes

O Prémio Secil Universidades de Arquitectura, mostrando as preocupações e contexto em que as Escolas de Arquitectura se movem, constitui também um passo importante da articulação que se pretende constante entre as Universidades e a Sociedade a que pertencem e a que devem responder. E esta aproximação marca a importância deste prémio. Daí que não possa deixar de agradecer à Secil a iniciativa e o incentivo.

Como já escrevi a este propósito, sei que não é fácil o acesso à profissão Arquitecto nos dias que correm. Na crise que vivemos, o acesso e o exercício profissional estão ainda mais difíceis – o que atribui aos prémios uma dimensão superior de importância. Ganhar hoje um prémio, é uma vantagem não desprezável.

Espero que aqueles que têm o poder da responsabilidade sejam capazes de encontrar as soluções que permitam criar as oportunidades necessárias à realização do trabalho destes futuros arquitectos. Mas se tudo - na visão pessimista que nos rodeia - pode parecer inultrapassável, lembro uma outra oportunidade que se vos abre: a Arquitectura Portuguesa cresceu e tem um prestigiado reconhecimento internacional. Pelo mundo fora há inúmeras assinaturas da Arquitectura Portuguesa que possibilitam acessos a novos mercados. Que possam aproveitar a abertura desse caminho – difícil mas profissionalmente recompensador – são os meus votos para os que, quase Arquitectos, são os premiados e participantes neste prémio.

Hoje a Arquitectura exige-nos uma atenção e cuidados particulares. O mundo, a Terra em que vivemos, impõe-nos o desenho sustentável. E é a nós arquitectos que cabe a principal responsabilidade para o conseguir através do bom desenho da componente passiva dos edifícios. A vocês, futuros actores da Arquitectura Portuguesa, caberá desenvolver este caminho, abrindo por esta via da sustentabilidade e da dimensão pluridisciplinar do trabalho colectivo, novos espaços à expressão do conteúdo humanista do desenho arquitectónico.

À Ordem dos Arquitectos agradeço o convite para a presidência do Júri e à Secil a sua aceitação.

Por fim quero ainda agradecer aos meus companheiros, membros do júri, o excelente apoio que proporcionaram nas tarefas que nos competiam – e aqui gostaria de lembrar e agradecer, de uma forma particular, o trabalho da drª Cristina Menezes.

Parabéns aos premiados. Muito obrigado.
(João Paulo Bessa, Presidente do Júri)
foto com telemóvel

sexta-feira, 21 de maio de 2010

O logro percentual

1% é igual a 1%. Mas 1% de 20 é diferente de 1% de 80 - e o 1% sobre ordenados baixos e muito baixos é diferente do 1% sobre ordenados altos e muito altos. Por uma razão simples: para os últimos, as necessidades básicas estão altamente superadas; para os primeiros, a quem sobra sempre mês, as necessidades básicas estão diminuídas. Por isso, falar na repartição por todos, é injusto - mesmo considerando que estão isentas de tributo cerca de um milhão de famílias. Porque se o 1% é igual, o resultado é diferente. Como se sabe facilmente do futebol: marcar golos em 30% de três remates diz-se eficácia; marcá-los em 30% de nove remates diz-se desperdício. O que significa uma enorme diferença.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Snowball


Coruja do Mato
juvenil
strix aluco
Apanharam-no no chão – abandonado pelos pais, diz quem conhece – e entregaram-no a um Vigilante da Natureza. Há cerca de mês e meio. Era uma bola de pêlo branco quando chegou, por isso o nome. Hoje, parecendo ser macho e voando já o seu espaço, está a aprender a comer ratos para, dentro de pouco tempo, aprender a caçar e tornar-se independente. Tomado por inapto para sobreviver – se o abandono for verdade – está a um passo de experimentar a sua liberdade. Graças ao Paulo Encarnação que tem cuidado dele.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Éticas

O senhor Presidente da República usou a ideia que “a ética da responsabilidade tem de ser colocada acima das convicções pessoais de cada um” para justificar a promulgação da lei que aprova o casamento de pessoas do mesmo sexo. Na aparência pareceu bem. Falso.

Primeiro, porque, articulando como articulou, considerou que a decisão apenas se deve à força da actual crise – ou seja: a ideia, em si, nada vale nem nada representa em matéria de não discriminação ou de Direitos Humanos e, não sendo a crise, nunca a aprovaria. Por outro lado, a chamada da “ética de responsabilidade” à justificação, não ultrapassando a fórmula do politicamente correcto, ignora que a exigência do exercício do cargo de Presidente da República se norteia por outra ética, a ética republicana que obriga ao cumprimento e respeito dos procedimentos que definem a República, independentemente do que possamos pensar sobre eles. Ética esta que teria permitido, em vez de um discurso moralista, um afirmação de Estado: é assim porque assim foi decidido por quem de direito, ponto.

Há anos, Édouard Balladur, francês, primeiro-ministro (1993/95), católico, de direita e candidato à Presidência da República (1995), explicava, nos ecrãs da televisão e durante a campanha presidencial, ao ser perguntado por eventual oposição sobre a questão do aborto que “ser católico é uma decisão do foro pessoal. E como Presidente da República a minha obrigação é a de cumprir e fazer cumprir as Leis da República.” Culturas diferentes na mesma responsabilidade?

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Corvos marinhos

Corvos marinhos de faces brancas
Phalacrocorax carbo
Baía do Seixal

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Flamingos

A Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves(SPEA) - de que sou membro - confirmou a nidificação de flamingos na Lagoa dos Salgados no Algarve - dois ninhos para um tempo de incubação de cerca de 30 dias. Se tudo correr bem será a primeira vez que haverá reprodução da espécie em Portugal, sendo também uma importante ajuda para a já necessária protecção e classificação da lagoa. Haja esperança...



Flamingos
Phoenicopterus roseus
Salinas de Castro Marim

Nota a 19-05-2010: Parece que as possíveis crias da Lagoa dos Salgados não serão afinal a primeira reprodução de flamingos em Portugal. Segundo o portal avesdeportugal.info, existe registo anterior datado de 5 de Agosto de 1987: nessa data, um ornitólogo holandês observou, na reserva de Castro Marim, alguns ninhos de flamingos, juntamente com duas crias pequenas.

Bento XVI

A passagem de Bento XVI por Portugal teve, pelo que podem significar, duas afirmações a reter:

  • Primeira ou a falência da soberba:
    "[...] a maior perseguição à Igreja não vem dos inimigos no exterior mas do pecado da Igreja."

  • Segunda ou a abertura à consciência cívica:
    "O perdão não substitui a justiça."

fontes: comunicação social diária

terça-feira, 11 de maio de 2010

Benfica campeão!

Há cinco anos no Bessa, agora na Luz.
Campeões! Nós só q'remos o Benfica campeão!

O ciclo mudou: os campeões já preparam o próximo

A Vitória Seara Cardoso

O Marquês e a maré benfiquista

A frase que melhor se ouviu na noite foi de David Luiz: Eu vou ficar! ... a defesa sossegou e o ataque aventurou-se
fotos de telemóvel


sábado, 1 de maio de 2010

1º de Maio

Lisboa, Alameda (1977?)

Arquivo do blogue

Seguidores