terça-feira, 18 de novembro de 2014

Esquinas da Cidade


Lisboa. foto iPhone

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Muro de Berlim



Tive a possibilidade de assistir em Berlim - com o António Costa e o António Manuel - às primeiras eleições da Alemanha unificada. Com o SPD - Partido Social Democrata Alemão - participamos em reuniões, comícios, distribuição de documentos, panfletos, visitas a isto e áquilo. Principalmente na zona berlinense da RDA e sua periferia e tive então a possibilidade de visitar diversos locais do Muro e, claro!, estive na Porta de Brandemburgo e no mítico Checkpoint Charlie. Conheci o bairro que foi dos agentes da STASI e percebi, pelos diversos locais que visitei, muito do que seria a vida do quotidiano dos alemães de Leste. Hospedaram-nos num hotel utilizado pela nomenklatura do antigo regime - o quarto de banho do quarto tinha o tamanho de um quase ginásio.
Lembrei-me dessa visita nestes 25 anos de comemoração da Queda do Muro de Berlim. E lembro os receios, nomeadamente do líder do SPD, Oskar Lafontaine, do que representaria a unificação das duas Alemanhas e o poderio que, na Europa, poderia representar para além das memórias que poderia ressuscitar. E das suas preocupações sobre os custos de uma reunificação liberal e mal preparada e do seu legado potencialmente perturbador para o equilíbrio europeu.  Levou alguns anos para que percebesse esses receios que, na altura, me pareceram despropositados - o custo não parecia exagerado vistas as vantagens - face à liberdade que se garantia a uma imensa população - com as consequências óbvias nos países satélites dos soviéticos.
Desta viagem guardo excelentes recordações e ainda lembro, quando se falava no retorno da capital a Berlim, a resistência que os membros do SPD faziam pela relação que esse facto poderia estabelecer com a Alemanha hitleriana e responsável pelas atrocidades da II Guerra Mundial. 
A Guerra deixa fantasmas e desconfianças.


sexta-feira, 7 de novembro de 2014

A mixórdia


Cartoon de Rodrigo

A mixórdia que o senhor ministro da defesa tem andado a cozinhar.

terça-feira, 4 de novembro de 2014

Membro Honorário da Ordem dos Arquitectos



foto de Luis Rocha

Por casualidade poucos dias depois da Sessão Evocativa que fizemos ao Vasco Massapina (209/57) fui convidado pelo Conselho Directivo Nacional da Ordem dos Arquitectos para fazer o seu elogio na cerimónia de entrega da distinção de Membro Honorário que, a título póstumo, lhe foi atribuída. No discurso de agradecimento de outro dos distinguidos - Manuel Correia Fernandes, actual Vereador do Urbanismo do Município do Porto - disse palavras muito simpáticas e significativas sobre o Vasco. Como membro (desde 2008) do Conselho Nacional de Delegados da Ordem tive lugar na Mesa da Cerimónia e esta foi a minha intervenção:

"Senhor Presidente da Ordem dos Arquitectos, João Santa-Rita
Senhores Membros Honorários da Ordem dos Arquitectos
Colegas Arquitectas e Arquitectos presentes
Minhas Senhoras e meus Senhores, Isabel, Pedro
Conheci o Vasco Massapina há cinquenta e sete anos e alguns dias mais - foi em Outubro de 1957 na camarata da 1ª companhia do Colégio Militar. Como lembra nas palavras que dedica, como refere, a este "seu amigo de sempre" no seu livro "O Risco do Arquitecto, Interesse Público e Autonomia da Profissão", fomos colegas em vários caminhos e encruzilhadas. E por esses caminhos e encruzilhadas sempre o reconheci como homem de carácter, culto, inteligente, amigo do seu amigo, solidário, camarada, disponível e coerente entre o dizer e o fazer. Um bom amigo de quem tenho saudades, um bom colega de profissão com quem partilhei as paixões que nos fazem Arquitectos.
E é por isso, por ser seu amigo de sempre e ter, com ele, partilhado caminhos e encruzilhadas que me sinto particularmente honrado com a possibilidade que me é dada de fazer o seu elogio nesta sessão de atribuição da distinção de Membro Honorário da Ordem dos Arquitectos.
Arquitecto desde 1972 pela Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa, Vasco Massapina é membro nº 648 desta Casa e nº 45 do Colégio de Especialidade de Urbanismo. Foi Presidente do Conselho Directivo Regional Sul da Associação dos Arquitectos Portugueses entre 1993 e 1995 e Vice-Presidente do Conselho Directivo Nacional da Ordem entre 1996 e 1998. Foi ainda membro, com o número 46, da Associação dos Urbanistas Portugueses da qual foi vice-presidente e é Membro Honorário.
Em 1981 fundou com o seu irmão João Vicente, arquitecto, e a mulher, escultora, Isabel Lhansol, o "Atelier Cidade Aberta, Arquitectura, Planeamento e Artes Plásticas" por onde passaram amigos como Jorge Costa Martins, Jorge Kol de Carvalho e Luís Manuel Pereira e que se continuou com os seus filhos arquitectos João e Bárbara e o genro, também arquitecto, Pedro Vaz.
Funcionário público da Direcção Geral dos Serviços de Urbanização desde 1972, atinge em 1992, por concurso e na categoria de "ordenamento do território", a categoria de Conselheiro do Conselho Superior de Obras Públicas e Transportes onde preside à 3ª secção  "Urbanismo e Edifícios". Foi também Vogal do Conselho Consultivo do Instituto Português do Património Arquitectónico, IPPAR, onde, já depois de reformado, continuou, em regime pró-bono, a prestar serviço.
Foi ainda membro do Bureau executivo da Federação Internacional de Urbanismo e Ordenamento do Território e, em representação do Governo português de então, Perito do Comité Consultivo para a Formação no Domínio da Arquitectura na União Europeia. Recebeu a Medalha do Colégio Oficial de Arquitectos de Madrid e foi Académico Correspondente da Academia Nacional de Belas Artes.
Como professor convidado da Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa leccionou de 1997 a 2002 a cadeira de Urbanismo II, deixando aí uma reconhecida marca qualitativa muito própria, 
Integrou ainda a Comissão Executiva dos Banhos de S.Paulo que dirigiu o processo de instalação da sede nacional no edifício dos Banhos de S.Paulo, inaugurada, como nos diz a memória e lembra a placa do átrio de entrada do edifício, em 21 de Novembro de 1994 - passam agora vinte anos.
Deixou, entre outros, dois planos marcantes - o "Plano de Salvaguarda de Beja" e o "Estudo de Preservação e Renovação Urbana de Ponte de Lima" - que, hoje ainda, quando lidos ou estudados proporcionam valiosos ensinamentos na arte de bem fazer.
Se ainda estivesse entre nós, Vasco Massapina - pelo que afirmou e lutou em nome da Arquitectura e dos Arquitectos, pelos valores que defendeu numa vida plena - estaria, posso afirmá-lo com convicção, na primeira-linha desta luta que os Arquitectos hoje travam contra o jogo de interesses, contra a iliteracia e contra a indigência cultural que representam as Propostas de Lei Nº 226/XII e Nº 227/XII que o Governo pretende fazer aprovar.
Estaria o Vasco Massapina, como tantos outros nesta sala e como sempre se mostrou, disponível para dar o seu melhor neste combate que, ultrapassando a mera visão corporativa, se afirma contra o abuso daqueles que confundem arquitectura com construção, desenho com ocupação espacial ou urbano com aglomeração. 
Ao atribuir ao Arquitecto Vasco Massapina a distinção de Membro Honorário da Ordem dos Arquitectos, o Conselho Directivo Nacional da Ordem honra a memória dos que, ao longos dos anos, construíram e pertencem a esta nossa Casa. 

João Paulo Bessa
Ordem dos Arquitectos, 30 de Outubro de 2014"

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