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quinta-feira, 3 de março de 2022

O DESPORTO NÃO É NEUTRO

Texto publicado no Público

O desporto não é neutro


A invasão da Ucrânia levada a cabo pelas forças russas subordinadas ao comando absoluto de Putin, trouxe novamente à luz do dia a memória europeia do que tínhamos já e apenas como trágicas e dolorosas lembranças. O 24 de Fevereiro tornou numa terrível realidade quotidiana o que julgávamos irrepetível. Porque a realidade é esta: estamos em guerra — G-U-E-R-R-A! — e Portugal está directamente envolvido, quer pelo uso da base das Lajes, quer pelos nossos soldados que avançam para uma eventual primeira linha de combate.

O Desporto sempre foi um elemento fundamental de afirmação de povos e países e constituiu assim uma arma muito importante no domínio da diplomacia. Em 2013 e para evitar o afastamento da luta greco-romana dos Jogos Olímpicos, três nações juntaram os seus melhores atletas e participaram numa demonstração em plena Grand Central Station em Nova Iorque. O pormenor da importância deste evento na história do desporto mundial foi o dos seus actores terem sido os Estados Unidos da América, Rússia e Irão. Este evento demonstrou a importância do desporto na sociedade contemporânea e a força que o mesmo tem para superar diferenças de natureza política e diplomática.

Em 1948, noutro hemisfério, a África do Sul iniciava o período mais negro da sua história com a instituição do Apartheid, só terminado em 1994. O râguebi, pelos seus valores, sempre se mostrou capaz de estar do lado certo da história e proibiu a presença dos “springboks” nas duas primeiras edições do Campeonato do Mundo — 1987 na Nova Zelândia e 1991 na Inglaterra. O mundo deixava claro ao governo sul-africano que não tolerava políticas, fosse qual fosse o disfarce, objectivamente racistas. Em 1995, já sem apartheid, o mundo assistia a um momento único de magia e união dada pelos sul-africanos, inspirados pela presença nas bancadas de “Madiba” com a camisola n.º 6 do seu capitão.

Chegados a 24 de Fevereiro o mundo assiste, atónito e num misto de surpresa e medo, a uma invasão injustificável sob qualquer ponto de vista. Aquilo a que estamos a assistir na Ucrânia é uma invasão às fronteiras — essas linhas vermelhas da decência — da humanidade e da democracia. Esta invasão, apesar da admirável coragem do povo ucraniano, nunca se resolverá pelas armas. E, infelizmente, o desporto percebeu isso tarde. Ter sido possível realizar o jogo de futebol Betis-Zenit não causou estranheza, nem indignação. Dois dias mais tarde, e novamente em Espanha, realizou-se em Madrid um Espanha-Rússia em râguebi. Os responsáveis espanhóis invocaram para a realização do jogo, que lhes daria o título europeu, a desculpa esfarrapada de que as russas já estavam em Madrid há quatro dias e por isso — pasme-se — seria injusto não jogarem. Outros episódios se irão suceder e este não é tempo de ficar em cima do muro, até porque o tempo é de trincheiras. Não é tempo de recomendações, não é tempo de agradar a patrocinadores com camuflagens de não se tocarem hinos. É tempo de decisões!

O desporto não é neutro e isso deve obrigar a uma imediata suspensão de todos os atletas que representem a Rússia, joguem onde jogarem, das suas equipas e das suas selecções. E mesmo o actual n.º 1 do ranking ATP, Daniil Medvedev, ao dizer-se favorável à paz, não deveria, como demonstrativo e real protesto contra o assalto que o seu país está a levar a cabo, comparecer em qualquer torneio. É inadmissível continuarem a competir enquanto a paz não for decretada. E é por isso que nos congratulámos — embora pecando por tardias — com as decisões de suspensão da Rússia e Bielorrússia assumidas por diversas federações desportivas internacionais.

Dirão muitos que isto pode tornar-se numa caça às bruxas. Responderemos que a época de caça foi aberta a 24 de Fevereiro na Ucrânia com balas verdadeiras, com perdas de vidas humanas, com famílias destruídas e deixadas ao abandono da sua sorte. As balas disparadas pelo Desporto serão apenas sinais de fumo que podem contribuir para a sensibilização do povo russo para a rejeição interna desta enorme atrocidade.

Não há desculpas, o desporto tem de ser exemplar na aplicação das medidas sancionatórias, dando um sinal claro ao povo russo que se encontram do lado errado da trincheira e, ao mesmo tempo, mostrar a solidariedade que permita a esperança ao povo ucraniano.

A Humanidade agradece.

terça-feira, 22 de dezembro de 2020

540 ASSASSINADOS POR 16

Na Herdade da Torre Bela, 16 energúmenos mataram 540 - 540! - entre veados, gamos e javalis. Não contenho a minha indignação contra este acto bárbaro e sem sentido. Que formação cívica podem ter os autores de tão indigna proeza? E no fim, estendidos os animais mortos não há nada como, sorridentes, aposto, tirar uma fotografia para a posteridade. Não há ética que resista nem conceitos privados que o permitam. Esta mortandade é indecente! É uma bestialidade!

Nada pode justificar uma mortandade destas. É um crime civilizacional e como tal tem que ser tratado. 

segunda-feira, 15 de outubro de 2018

NÃO TÊM SENSO?

In E, A Revista do Expresso, Fisga, 13 de Outubro de 2018

"Sinto-me atraído por homens, mulheres ou ambos?"!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Tenho três netos - um tem 9 anos - e um sobrinho-neto - também com 9 anos - que frequentam o Torrinha. Não acho graça alguma que ninguém saiba porque lhes foi colocado este disparate de inquérito ou que se possa julgar que o facto não tem qualquer importância.
Importam-se de ser sensatos e responsáveis?

segunda-feira, 1 de outubro de 2018

ESTUDANTES TORCIONÁRIOS

Sabe-se da vida e da História que, seja a frequência universitária, seja o acesso à Cultura, não fazem  de ninguém e por si sós, pessoa decente — todos, seja na nossa vida, seja pelo conhecimento da História, conhecemos ou sabemos de pessoas com graus académicos e com conhecimentos culturais elevados que não passam duns escroques capazes das maiores malfeitorias. Doutores foram assassinos, torcionários, fascistas, nazis, violadores e toda a cáfila de violentadores da espécie humana; gente que produziu Cultura ou que se encantava com as Obras de Arte de outros, fizeram também parte desses mesmos grupos de negação da decência humana.

Que estudantes universitários se comportem como abusadores imbecis e torcionários dos novos colegas com a desculpa da tradição dessa coisa chamada praxe e da qual têm um entendimento inqualificável, estará previsto dentro das possibilidades.

A prática de formas de tortura chega ao conhecimento público — as redes sociais têm essa vantagem... e já correm filmes passados com estudantes da Universidade de Évora e da Universidade da Beira Interior  — e não podem ser ignoradas, não sendo possível admitir desculpabilizações como a de dizer que "a praxe fora do campus não pode ser controlada". Pode e deve! Porque a tortura é crime e tem que ser eliminada e os seus responsáveis punidos para que haja reconhecido aviso da sua não admissibilidade.

... fechar os olhos a estas barbaridades porque se tratam de estudantes universitários — isto é, de possíveis filhos de algo  — representa uma inadmissível demonstração de cobarde desigualdade de tratamento — aos habitantes dos bairros sociais ou problemáticos não lhes seria permitido tal comportamento...

Preocupante, havendo conhecimento dessas formas de tortura, é o facto de não existir autoridade universitária, Polícia, Ministério Público ou seja quem for que lhes ponha cobro. Porque esperam?! Que haja justiça por mãos vingadoras?


sábado, 29 de setembro de 2018

JUSTIÇA MACHISTA...

...NÃO É JUSTIÇA!
Praça da Figueira, Lisboa         Foto iPhone JPBessa
Embora a sociedade portuguesa tenha dificuldade em entender que estas questões lhe dizem directamente respeito (ver "O único crime violento que aumentou em Portugal: violação", 2:59 in Expresso, aqui) e não são um problema que diga apenas respeito aos envolvidos — violações, seja de que tipo forem, não são toleráveis— a Praça da Figueira esteve composta e com a demonstração de vontade militante necessária para a chamada de atenção para um grave problema que tem de ser encarado de frente e com a pertinência jurídica necessária.

Apenas faltou juntar nesta manifestação uma palavra de ordem contra o racismo de algumas decisões judiciais. Como e por exemplo: A JUSTIÇA RACISTA TEM QUE ACABAR, A CIGANA TEM DIREITO A ESTUDAR! 

sexta-feira, 28 de setembro de 2018

PODE CONFIAR-SE?!


A tarefa de um juiz não é fazer a lei, é aplicar a lei.”
Sonia Sottomayor, antiga juíza do Supremo Tribunal dos USA

Como se não bastasse o caso – qualificável como racismo por negligência para escrever o mínimo –  da juíza que mandou às malvas o direito de uma rapariga cigana a ter uma educação escolar apropriada, tinha que vir dos tribunais e assinado por uma dupla mista de juízes uma monstruosidade inadmissível como aquela que condena (!) a pena suspensa violadores demonstrados. 
As razões apresentadas no acordão e que representam uma visão do mundo machista, imbecil e ao inverso de uma sociedade de direito, lembrou-me, mais uma vez, a frase de José Cardoso Pires (in Alexandra Alpha, 1.ª edição, p.28): “Isto não é um país, é um sítio mal frequentado.”.

De facto, só num sítio é que é possível haver resultados de julgamentos desta natureza e com as justificações utilizadas. E que nos fazem perder toda a confiança no sistema judicial que nos rege.

As decisões dos doutos são inconcebíveis, inadmissíveis e têm que ser anuladas sob a pena de transformar o sistema judicial num jogo de preconceitos e não de leis! Como demonstra a escrita que segue e transcrevo:

A culpa dos arguidos [embora nesta sede a culpa já não seja chamada ao caso] situa-se na mediania, ao fim de uma noite com muita bebida alcoólica, ambiente de sedução mútua, ocasionalidade (não premeditação), na prática dos factos.
A ilicitude não é elevada. Não há danos físicos [ou são diminutos] nem violência [o abuso da inconsciência faz parte do tipo].”

Uma violação, por dois energúmenos, de uma rapariga que não dava acordo de si não é de ilicitude elevada????!!!! O ter sido apanhada a geito... deve contribuir para o conceito. Sítio mal frequentado...

Este sistema - por tão, tão independente e tão irresponsável - tem que ser modificado para que haja um controlo social crítico efectivo que possa impedir dislates em forma de lei, desalinhados com os direitos que uma sociedade civilizada deve defender. E exige-se responsabilidade! 

Por exigência de decência, assino, em completo acordo com Garcia Pereira (ver aqui), o que dele transcrevo:


Em Democracia, não pode haver nenhum Poder absoluto, seja ele de um dirigente público ou privado, de um titular de um cargo político, de um juiz ou de um magistrado do Ministério Público!
Por isso, mais do que nunca, os cidadãos devem reivindicar e exercitar, com firmeza, o seu democrático e basilar direito a fiscalizar, a criticar e a censurar os órgãos e os respectivos titulares, também do Poder Judicial. Sem excepções, sem hesitações e sem cedências perante a gritaria autonómico-corporativa desses senhores.
Porque, como bem se vê, em matéria de direitos cívicos fundamentais, nós, cidadãos, é que somos a Resistência!

terça-feira, 16 de janeiro de 2018

PESSOAS?!

É insuportável ter que ouvir os barões e os seus escudeiros neoliberais a justificar as suas acções ou decisões. Ou a dizerem o que pensam sobre qualquer matéria.
De uma coisa fico certo no rebuscar das suas teses: a última por última das coisas que os preocupam são as pessoas.  
De facto as pessoas estão no fundo buraco negro do seu pensamento e o único objectivo da sua iluminada retórica é a mecânica procura da multiplicação dos interesses que servem com o aconchego moral de um "se é bom para mim, é bom para todos". E em vez de indignação, há quem ache isto decente como forma de vida.
...E com o péssimo exemplo Trump a coisa tem a fiar ainda mais grosseiro.

quinta-feira, 10 de novembro de 2016

UM MUSSOLINI CONTEMPORÂNEO?

Cabeça de Benito Mussolini de Giandante X (1900/1984)
Ganhou Trump e o país mais poderoso do mundo irá ser conduzido por um racista, demagogo, populista, egocêntrico, xenófobo, sexista, protofacista, mentiroso compulsívo e tantas outras coisas mais que fazem dele uma espécie de Mussolini contemporâneo.
Com uma campanha a fazer-se anti-sistema este multimilionário do imobiliário e casinolândia que vive no e do sistema conseguiu convencer os americanos suficientes para garantir o maior número de delegados.
É um facto que Hillary Clinton, não sendo um fenómeno de popularidade, tem ainda contra ela o facto de ser mulher numa sociedade que, segundo um conhecido comediante, é "muito mais sexista que racista... e somos terrivelmente racistas". Como caricaturava Michael Moore "era só o que faltava que depois de um negro viesse uma mulher dar-nos ordens".
É claro que a campanha de Clinton cometeu enormes erros estratégicos, deixando fugir uma vitória que, apesar das condições, esteve ao seu alcance - tanto que parece ir vencer no voto popular. Mas os votos da classe operária - os blue collars - dos estados da cintura industrial do MiddWest (Michigan, Ohio, Pensilvânia e Wisconsin) deixaram-se embalar na demagogia trumpista e foram todos parar ao mesmo saco, garantindo assim que a derrota democrata seria uma evidência - mas havia sinais que foram ignorados e como no futebol, a campanha Clinton ao querer segurar uma vantagem diminuta deu o flanco para acabar por perder. Ignorando que o ataque é a melhor defesa, a estratégia da campanha Clinton encolheu-se e deixou-se andar para permitir - porque não reagiu - a multiplicação da ocupação do espaço pela demagogia, pela mentira e pelo abuso.
Estou com o Libération: deixemo-nos de coisas, é a extrema-direita que está no poder nos Estados Unidos. Basta ver - para além de voltar a ouvir os lapidares conceitos do novo presidente - o que nos espera de um Giuliani que vem de democrata em passos cada vez mais largos para a extrema-direita (o seu comentário de vitória é exemplar), de um filho de que basta ler os twitters ou quejandos para não se ter dúvidas do alinhamento, de um islamofóbico Gingrich a um Bannon que foi director de campanha e que mostrou no site de notícias que era responsável a sua aproximação à extrema-direita levando à demissão de diversos jornalistas. E corre que estes irão ser parte do novo governo...
Como não é estúpido Trump, no pós-vitória, mostra-se cordato, respeitoso, estadista, simpático até. Esperem pela volta. E pelo muro também. 
Os que não têm dúvidas já se manifestaram...
Esta eleição de Trump, tida por inesperada, comporta uma enorme lição dirigida à esquerda.
À americana - os chamados liberais - que passou o tempo todo a presumir, sobranceira no convencimento que a sua auto atribuída superioridade moral seria o garante natural da vitória. De todo o lado - dos grandes centros cosmopolitas e culturalmente inovadores que formam a América de que gostamos - se dizia, fossem quais fossem os problemas, que não era possível que um tipo como Trump ganhasse as eleições presidenciais. Porquê? Porque ninguém vota num tipo destes. Acordaram tarde - afinal não conheciam o país como julgavam, reconhecem o Nobel Krugman e a própria Hillary Clinton. 
À europeia que, pelo andar da carruagem, tem tudo a aprender. Nomeadamente que o seu comportamento tipo direita simpática mascarada com algumas preocupações sociais mas com o deslumbramento conhecido pela alta finança, nunca será suficiente para parar as pretensões da extrema-direita europeia. A partir desta eleição seria bom que a esquerda europeia se olhasse e reflectisse para encontrar as soluções necessárias para os diversos problemas de forma a garantir que da extrema-direita de Le Pen à Austria passando pela Holanda não dará mais folêgo aos já instalados. 
A lição é simples: candidatos como Trump vencem porque a esquerda, não se mostrando capaz de enfrentar o mundo e o sistema para encontrar as soluções que permitam melhorar as condições de vida das populações, deixa em branco o espaço para a escrita demagógica e populista. E depois, não há emendas.

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

O QUE ANDAM A FAZER?

Segundo o que fomos sabendo via comunicação social, a GNR montou um enorme aparato para dar caça ao assassino de Aguiar da Beira. Cercou aldeias, pediu aos habitantes para não abrirem portas ou janelas, avisou que já poderiam sair de casa e decidiu mandar retirar o aparato com zero de resultado. O assassino continua a monte. E uma de duas: ou o assassino é da escola do James Bond ou a demonstração da GNR é de absoluta incompetência.
E a razão dada para justificar o abandono da operação - por não ter havido contacto com o "suspeito" - sendo ridícula consegue, ainda assim, ser de menor grau do que as garantias de que se manterá " a segurança às populações, através de acções de patrulhamento". Devem todos estar mais descansados...
Mas não é só por cá que a competência se mostra incapaz de atingir os objectivos pretendidos.
A polícia alemã da Saxónia prendeu Jaber Albakr, suspeito de estar a preparar um grande atentado terrorista. Um alívio portanto.
No entanto o prisioneiro - que tinha iniciado uma greve da fome - estava, dadas as possibilidades de suicídio, sob vigilância apertada. Os vigilantes devem ter-se distraído com golos do futebol ou com as cartas que o baralho não dava e pronto: o homem matou-se na cela. Suicidou-se! E o que mais poderia saber-se, ficou no ar esbugalhado de um enforcado...
O que é que andam a fazer?! Que dimensão, que limites, que objectivos têm os serviços que é suposto prestarem as forças de segurança? A GNR ao lançar a operação fê-lo apenas movida por interesses corporativos imediatistas? Os guardas prisionais de Leipzig acharam que vigiavam um estupor - o que é verdade - e que, portanto, pouco importava que se matasse?
Nestes conturbados e perigosos tempos que vivemos por onde ficam os deveres para com a comunidade que é suposto servirem? Com que nível de segurança e vigilância poderemos contar para além do absoluto fechar de portas que as direitas propõem?

terça-feira, 2 de agosto de 2016

O IMI, A ESTUPIDEZ E A ARQUITECTURA


Não sei se ouvi bem... eles disseram que iam aumentar o IMI de acordo com o maior grau de exposição solar ou da existência de vistas de um edifício?!!!!!
Se isto não for mentira é de uma estupidez gratuita, prepotente e abusiva. E é tão estúpida que viola Princípios Básicos da Arquitectura e do Exercício da Profissão e põe em causa qualquer possibilidade de desenvolvimento de uma Política Pública de Arquitectura.
A evidência do estrago é tal que não vale a pena perder tempo a explicar a gravidade. Não iam entender e não merecem a preocupação. Anotem os NÃOS!
(Uma explicaçãozinha ligeira: compete ao arquitecto nos projectos que realiza procurar a maior exposição solar e melhor usufruto de vistas possíveis como forma de garantir o melhor conforto e a maior qualidade do fogo que propõe. Ou seja: cada risco de arquitecto, cada aumento de IMI...).
Pelo andar da carruagem terminaremos a pagar impostzo pela largura da rua, pela distância à praça mais próxima, pela árvore no passeio, pelo fim de escorregadelas na calçada, pelo ninho que a andorinha deixou no beirado, pelo número de janelas das traseiras que permitem a circulação interna do ar, por qualquer melhoria higieno-sanitária do fogo, pela sombra sobre a janela. Pelo facto de ser uma habitação, pelo facto de ser mais do que um abrigo. Pagaremos imposto pelo desenho da Cidade!
Tão estúpido!
Pior. É um fartar vilanagem espertalhote que ultrapassa a estupidez - prejudicar terceiros, prejudicando-se a si próprio - para atingir o patamar do banditismo: prejudicar terceiros para favorecimento próprio.
É ultrajante! É mesquinho! É inculto! Sem a mínima noção das consequências.
Um tiro na Arquitectura.
Importam-se de ter juízo?

(Nota de interesse: não sou proprietário, sou arquitecto.)

sábado, 14 de novembro de 2015

JE SUIS PARISIEN!


Os atrozes e cobardes assassínios de Paris são crimes contra a Humanidade e como tal devem ser tratados. O terrorismo internacional exige uma resposta conjunta e solidária da comunidade internacional sem reservas ou desculpas. A civilização não pode estar a saque!

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Os politicamente correctos

“O SILÊNCIO DOS SENSATOS É A MINHA GRANDE PREOCUPAÇÃO”
Martin Luther King
Li no Público de 10/01/2015 na rubrica Cartas à Directora uma carta de um qualquer sensato que vê o mundo ao contrário. Achei que devia responder. Assim fiz e enviei a carta que segue para a Directora do Público. Não foi publicada. Ela lá saberá porquê. Aqui fica:

"Não sou Charlie", pois eu sou!
Ignorando o custo do avanço civilizacional dos caminhos da História que nos trouxeram até à Declaração dos Direitos Humanos, à defesa e exercício da Liberdade e ao domínio da Democracia, JN (Cartas à Directora, 10/01/2015, "Não sou Charlie") pretende, sem o referir mas deixando-o inferido no moralismo de embrulho que lhe mascara o preconceito, que seja a censura a regular o nosso dia-a-dia.
Como resulta à evidência do escrito, JN fará parte do grupo dos "estavam mesmo a pedi-las" onde também se juntam os que entendem serem as mulheres as culpadas das suas próprias violações, as crianças culpadas das violências pedófilas, os judeus culpados dos campos de exterminação nazis e, naturalmente e como defende, os cartunistas do Charlie Hebdo como responsáveis do banditismo cobarde dos fascistas teocráticos. Estavam mesmo a pedi-las...
O autor do "Não sou Charlie" vê o mundo estupidamente ao contrário. O que é um perigo, como nos lembrou Cipolla ao avisar que a pessoa estúpida é o tipo de pessoa mais perigosa que existe."


sábado, 10 de janeiro de 2015

O que é isto? Onde estámos?

A propósito da audição, à porta fechada e na Assembleia da República, do contabilista GES/BES, escreve o Público de 9 de Janeiro:

"Negrão acusou os assessores de serem os autores da "inconfidência", e recebeu do coordenador do PSD, Carlos Abreu Amorim, uma advertência pela acusação infundada. Ainda assim, Negrão exigiu que os assessores presentes desligassem os telemóveis e os computadores."
Sob o mesmo propósito, escreve o jornal i:
"Na audição de ontem, aliás, e após algumas informações terem sido passadas para o exterior, o presidente da comissão parlamentar pediu aos deputados que desligassem os telefones."
De um lado assessores do outro deputados, a mesma causa: "bufar" para o exterior com novas tecnologias o que foi considerado interno; para uma mesma consequência: mando de desligar os telemóveis.
Sem saber se os acusados foram, verdadeiramente, os assessores ou deputados, duas coisas sei: tratava-se de uma audição parlamentar na Assembleia da República e da audição, sem testemunhas exteriores, houve passagem de "contrabando" para o exterior.
O que é isto?! Então os senhores presentes nas salas de audições de porta fechada regem-se por outros interesses que não os da Casa da República? Que gente é esta que admite no seu meio gente que tem por norma servir senhores que não conhecemos? Que raio de ética é esta em que alguém se sente importantíssimo por transmitir aquilo que não deve ou não pode? Com que retorno?
Depois admiram-se que as pessoas achem que os políticos, nomeadamente parlamentares, não passam de uma "canalha" que só está lá para se servir e nunca para servir aquilo com que se comprometeu.
E só há uma forma de limpar esta imagem: um inquérito que defina quem "contrabandeou" o que não devia porque é tempo da marca da decência estar presente em cada gesto dos eleitos da República.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

JE SUIS CHARLIE

Desenho iPad

Minuto de silêncio na Praça do Município de Lisboa  em simultâneo com Paris
foto iPhone  jpb 


Praça dos Restauradores, Lisboa
foto iphone jpb 


quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

JE SUIS CHARLIE


Desenho em iPad

sábado, 7 de setembro de 2013

Crendices

Foto iPhone - João Paulo Bessa

Chegou-se ao espelho, viu-se heroína e proclamou: “Nesse dia passarei a ter uma coisa em comum com os alunos do Colégio Militar: nesse dia estaremos a fazer história.”(1). Como do reflexo não viesse sinal de alarme desta abusiva imposição de partilha de vontades, excedeu-se e definiu cronologicamente um Setembro de 2013 com uma desmedida justificação: “O ano em que será extinta a ultima limitação de género da república portuguesa.”(2).

Ó senhora Berta Cabral, a última limitação de género na República Portuguesa?! Não o faz por menos?! Em que mundo vive, para onde olha e o que vê? A última limitação?!… 

Pensei que o argumento surgisse mais cedo – era imperdível, não era? Nada como justificar uma fusão apressada, cara e arruinadora de património com uma causa nobre – Igualdade de Género e Direitos da Mulher - e que serve simultaneamente de acusação: os Antigos Alunos do Colégio Militar não passam de um bando de machistas empedernidos. Condição, afirma-se aos sete ventos, que é a única e verdadeira razão da oposição dos Antigos Alunos: “Garantir que as mulheres continuariam sem entrar no Colégio Militar.”(3)

Tenho, senhora Secretária de Estado Adjunta e da Defesa Nacional, experiência suficiente de vida e bom conhecimento das questões de género – aprendo em casa: sou casado com Ana Coucello, feminista, presidente (2000/05) da Association des Femmes de l’Europe Méridionale (AFEM), vice-presidente (2002/04) do Lobby Europeu de Mulheres, presidente (2006/2008) da Plataforma Portuguesa para os Direitos das Mulheres e antiga aluna (nº68/59) do Instituto de Odivelas – para não cair na primeira aparência só porque alguém se lembra de chamar o assunto à colação para melhor servir os interesses que conduz. E, claramente, não aceito o argumento. 

Porque se fosse uma questão de direito de acesso a solução seria simples: abria-se o Colégio Militar à frequência de raparigas – solução que não obrigaria a dar cabo – como pretendem dar - do secular Instituto de Odivelas. Que tem pergaminhos históricos. Patrimoniais. Inimitáveis. 

E não é assim. A Igualdade de Género só é aqui chamada como bengala de argumentário coxo. Porque tudo isto navega contra a sedimentação da História acobertado no disfarce da pretensiosa inovação da marca de Estabelecimentos Militares de Ensino e na insinuação, em promária caça de elogios, de que o peso da tomada de decisão está no rompimento de um inventado Clube do Bolinha onde menina não entra, mistificando e usando o que dá jeito para ignorar o que incomoda e criando contas, sem profundidade e confronto. para justificar a mais fácil das soluções: acabar com tudo e reduzir a História a zero. Assim, neste quadro que me impuseram, assiste-me o direito de perguntar: a quem vai interessar o Forte de Santo António da Barra sobre o mar que toca o Tejo? e a qualidade das instalações de Odivelas? e o Monumento Nacional do Mosteiro de S. Dinis? e o Claustro da Moura? e a Torre da Madre Paula? e a Sala do Tecto Bonito? A quem vão servir? quem ficará com eles, para que uso e a troco do quê? 

Aliás se o problema fosse uma verdadeira preocupação para encontrar soluções de acordo com os méritos da Igualdade de Género, também o Instituto de Odivelas abriria as suas portas a rapazes. Ah! Mas isso era impossível por causa dos custos, imagino-a a responder, senhora Secretária de Estado, num aqui d’el-rei de primeira-linha. Mas será?! 

Por favor, senhora Berta Cabral, não me venha com a pomposidade da estrutura de custos: há mais de dez anos que a Associação dos Antigos Alunos do Colégio Militar tem vindo a fornecer aos responsáveis de mais alto nível pela instituição, soluções que, se aplicadas, já teriam feito do Colégio Militar uma unidade autossustentável. E sem alteração do seu carácter fundamental. 

As razões da fusão destruidora – destruindo num despacho aquilo que levou séculos a construir - só podem ser outras…que valerão o exagero do custo da operação. 

Como já o disse mais do que uma vez não é o género feminino e a sua eventual frequência do Colégio Militar que me preocupa ou me faz espécie – a adaptação ao sentido dos tempos a isso levaria. O que me faz espécie é esta avidez, esta insustentável leveza de solução pretensiosa onde tudo parece valer para impor um duvidoso interesse já decidido. A que se acrescenta a perigosa vaidade de Fazer História. E para o garantir nada como ouvidos de mercador em contraponto à demagogia de argumentos falaciosos. 

O que continua em causa é a incapacidade de proceder às reformas que garantam que o carácter das instituições caminha sempre no sentido da excelência: escolar, desportiva e da aprendizagem de liderança baseada em valores perenes. Fazendo destas instituições de ensino uma demonstração cada vez mais qualificada da extensão do serviço público prestado pelo Exército Português. 

O que me incomoda, o que me indigna, senhora Secretária de Estado Adjunta e da Defesa Nacional, é o desplante da escolha cega e surda de um caminho desastroso para o carácter futuro destas instituições de ensino, nomeadamente – e para o caso que mais me diz respeito – do Colégio Militar. Melhor prova?! O facto de Marçal Grilo, conceituado especialista e convidado pelo seu actual Ministério da Defesa para estudar e propor as hipóteses de reforma, ter assinado a petição enviada ao senhor Presidente da República para pôr fim ao despacho ministerial que formaliza a fusão. 

Fazer História. Porque o titula, julga-se no direito a pretendê-lo. Está feita, diz a senhora Berta Cabral e o mundo curva-se. Curvar-se-á?! Deixá-la-á sonhar com a referência, na memória dos tempos, do seu nome na cronologia de sempre da luta – essa sim, quantas vezes heroica - pela Igualdade de Género? 

Fará História?! Ficará na História?! Só se for, senhora Secretária de Estado Adjunta e da Defesa Nacional, num rodapé a lembrar abuso consumado de uma operação infeliz e prejudicial ao património de Portugal. E que mais não é do que ofensa gratuita à memória de muitos. 
(Antigo Aluno 200/57)

(1) Fazer História, Berta Cabral in Diário de Notícias de 2/9/2013
(2) idem
(3) ibidem

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

O carrego



      
   



quarta-feira, 17 de abril de 2013

Sem perdão!

Em homenagem às vítimas das bombas de Boston e com profundo pesar pela morte de Martin Richard, um miúdo de oito anos.

Todas as palavras são poucas e significam pouco para demonstrar o meu repúdio e condenação pelos cobardes de merda que planearam e executaram este atentado. Sem perdão!

Bomba na Maratona de Boston
Desenho a dedo e de memória em iPad

domingo, 14 de abril de 2013

Mal ao mundo

Leio, ouço e não acredito: fecham a Fundação e as obras de Paula Rego desaparecem da Casa das Histórias - projecto de Souto Moura - de Cascais e voltam para Londres.

Pelo que percebo trata-se do resultado de pretendida análise à Fundação que suportava as obras. Obviamente de contas mal feitas - há mais valor para além do dinheiro e a relação custo-benefício não se mede à moeda.

Volto ao mesmo e às lições de Cipolla: a estupidez é um perigo maior do que a bandidagem!

Os quadros de Paula Rego - dispenso-me, pela evidência, de falar do seu valor cultural - desaparecem de Portugal e do nosso acesso por decisões cegas e levianas e disso parece não vir mal ao mundo. Ou que ninguém se importa.

Claro que daí vem mal ao mundo, ao nosso mundo que se vê com horizontes mais fechados. E eu importo-me!



Desenho a dedo iPad

terça-feira, 9 de abril de 2013

Tratantes

O senhor Aguiar Branco, mesmo se Ministro da Defesa, tomou uma decisão para a qual não é competente nem, tão pouco, mandatado. Por ignorância, convencimento ou vaidade institucional decidiu deitar ao caixote do lixo património nacional, cultural e histórico de mais de duzentos anos. Com o mesmo ar com que os néscios tratam aquilo que não compreendem ou atingem. Sem importância.

A pesporrência do senhor ultrapassa aquilo que é suposto fazer um nomeado governamental: proteger a herança patrimonial que recebeu e garantir-lhe a continuidade futura. Inchado de importância no fato de riscas e gravata saliente decidiu-se pelo disparate de alterar o Colégio Militar, instituição nascida a 3 de Março de 1803 e que a Portugal deu muito mais do que o sr. Ministro sabe ou possa julgar.

Nos velhos claustros perorou um dia, em cerimónia oficial, o investido sr. Ministro:
Em 208 anos de história já passaram por este púlpito dezenas de ministros, primeiros- ministros e chefes de estado. Por este púlpito já passaram dois regimes, três repúblicas e dezenas de governos. Deste púlpito já se disseram centenas de discursos.
Uns glorificando o passado, outros mais pessimistas com o presente, no tempo em que foram ditos, outros optimistas quanto ao futuro que se aproximava.
Mas passaram os regimes, passaram os ministros disseram-se as palavras e o Colégio Militar permaneceu.
Há 208 anos que é assim. Há 208 anos que o Estado Português investe não na instituição em si, porque essas nascem e morrem por decreto, mas nas pessoas. Nos alunos. Por aquilo que podem fazer cá dentro mas sobretudo por tudo aquilo que demonstram ser capazes de fazer lá fora.
Na sua longa história o Colégio Militar sempre fez justiça a esse legado. Os alunos do Colégio Militar absorvem aqui os valores e princípios que o Estado, verdadeiramente soberano e digno do seu povo precisa, hoje mais do que nunca.
Os alunos do Colégio Militar sempre se souberam distinguir. Na defesa da soberania. Na defesa da liberdade e na construção e desenvolvimento do país.
Dos teatros de África às missões internacionais em que hoje estamos empenhados. Da política, à economia ou mesmo na chefia do estado.
Não é seguramente por acaso que esta é a instituição de ensino que mais Chefes de Estado deu ao nosso país.
E é por isso que Estado português investe no Colégio Militar. Para ter ex-alunos do Colégio Militar 
28 de Outubro de 2011 
Quer dizer o sr. Ministro disse o que não percebia e agora também não percebe - para azar nosso de ex-alunos - a contradição da sua assinatura. Provavelmente porque não disse o que disse. E porque não percebe que nós falámos de património, não de saudade.

A decisão do Ministério da Defesa do Governo da República Portuguesa e interpretada pelo ministro Aguiar Branco sobre as instituições de ensino militar, nomeadamente sobre o Colégio Militar do qual fui aluno e que conheço muito bem nas suas virtudes e defeitos, é incompetente, estúpida e irresponsável.

Incompetente porque se baseia em contas mal feitas, comparando o incomparável - esquecendo o elementar aprendido na primária de não somar castanhas com bananas - e não mostrando a mínima ideia de como realizar qualquer composição de custos. A visão é economicista, primária e, ignorando as diversas formas de ultrapassar um problema criado por exterioridades ao próprio Colégio, desvaloriza as óbvias mais-valias que uma administração mais objectiva e melhor relacionada com as características colegiais, facilmente conseguiria.

Estúpida porque pretende resolver um problema criando um maior, no seguimento aliás do receituário que temos percebido como ás de trunfo governamental: recorrer ao mais fácil por total incapacidade de encontrar eficazes soluções para cada problema que surja. Para o Colégio Militar existem óbvias soluções, explicadas por mais do que uma vez aos senhores governantes e seus mandados - mas o preconceito e a pateta ideia da poupança aparente e propagandeável está, estupidamente, a levar a melhor sobre a inteligência do trabalho que soluções capazes e eficazes implicam. Mas que resolvem o problema. Como define Cippola (ver aqui), a estupidez é muito mais ampla e perigosa do que poderíamos supôr. E a decisão tomada é prejudicial e ninguém ganhará realmente com ela. Pelo contrário, prejudicará todos, incluindo o Exército que deixará de poder mostrar ao país que lhe presta um vantajoso serviço de elevado nível como o demonstrará qualquer análise ao passado colegial.

Irresponsável porque transforma aquilo que, com 210 anos de existência, se tem pautado por caminhos de excelência que a mera análise das médias de notas anuais não permitem compreender ou qualificar. Tão pouco o pretendido custo comparativo de contas mal feitas. Deitar pela sarjeta potencialidades - e já nem falo nas vantagens comparativas de uma especial relação com os PALOP - que um mínimo de inteligência e cultura permitiriam repôr, transformando um período menos bom num novo exemplo de excelência, é de uma irresponsabilidade inconcebível. Que não pode ser ignorada ou perdoada.

E tudo misturado, embora pretendendo disfarçar-se sob um diáfono mas pretencioso manto de boa governança - só contaram p'ra si... - configura um brutal desperdício do que levou gerações a construir. E neste sentimento englobo o centenário Instituto de Odivelas que desaparecerá do estado que lhe conhecemos.

Duzentos e dez anos é uma dimensão que este Governo não compreende nem, tão pouco, distingue do anteontem. Ao admitir esta solução o Governo, o Primeiro-Ministro e os seus outros membros, são cúmplices no disparate e no abuso. E enquanto destruidores de património relevante não merecem respeito e como tal devem ser tratados.

Tratantes!

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