quarta-feira, 22 de dezembro de 2021

BOAS FESTAS




 

sábado, 18 de setembro de 2021

AO JORGE SAMPAIO


Hoje seria o 82º aniversário do Jorge Sampaio — dia muito triste pelo recente falecimento mas também um dia inevitável de memória. Ouvi o seu nome, aos meus quinze anos e pela primeira vez, em 62: estava no Colégio Militar e o Batalhão Colegial tinha feito um “levantamento de rancho” que durou uns dias com os consequentes castigos de que resultaram expulsões e suspensões e um natural péssimo ambiente que foi durando até ao final do ano lectivo. O que teve como resultado — nos primeiros dias, para nos trazerem comida para compensar a deixada nos refeitórios e depois pela solidariedade do apoio pelo endurecimento do dia-a-dia colegial — que ex-alunos viessem, já noite, ao fundo da “quinta” para saber como iam as coisas e para contarem o que se passava lá “por fora”. Alguns andavam na luta estudantil e contavam que o “comandante da crise” era um tipo de Direito chamado Jorge Sampaio e que tinha a alcunha — no Colégio as alcunhas eram um nome próprio — de “Cenoura”.

Anos depois, embora o visse - pela proximidade do Expresso onde era colaborador - no Flórida, encontramo-nos na candidatura de Mário Soares e já no Partido Socialista participei activamente, pela mão de Lopes Cardoso, na sua candidatura a Secretário-Geral. Com a sua decisão de se candidatar à CM Lisboa, estive naturalmente com ele e com a sua candidatura. Com a sua vitória fui convidado a acompanhá-lo enquanto seu assessor para a Área Urbanística e assim pude — numa enorme vantagem profissional — participar na construção, alinhada na capacidade e sabedoria do António Fonseca Ferreira, dessa nova visão da cidade “Lisboa Capital Atlântica da Europa” traduzida no excelente Plano Estratégico de Lisboa em que pude participar enquanto membro do seu Conselho e que teria permitido — como se depreende da leitura dos seus fundamentos — que Lisboa fosse hoje, a par de Paris, Barcelona, Copenhaga ou Berlim, uma cidade de vanguarda do actual movimento de cidades para as pessoas. Infelizmente ao longo dos anos subsequentes, esse objectivo e estratégia para o concretizar, foi sendo ignorado ou incompreendido. 


Foi, pessoal e profissionalmente, um enorme privilégio ter podido estar presente — e adquirir novos conhecimentos, actualizando perspectivas fixadas no tempo de uma Escola semi-parada — nesta transformação de conceitos, de papeis, de exigências, de objectivos que devem marcar o desenvolvimento das cidades. Disso são exemplo o realojamento de lisboetas de aglomerados degradados ou os pequenos mas importantes passos na realização de um todo, como a aproximação ao rio, a recuperação do Coliseu dos Recreios — lembro-me de, a pedido do especialista israelita de acústica, termos andado a bater palmas em diversos sítios da plateia e dos balcões para controlo da colocação das placas aéreas — do convite a Jacques Delors — um aficionado de futebol — para vir a Lisboa e que tive a possibilidade de acompanhar na sua estada e poder ver um Benfica-Sporting com conhecimento directo do também seu ídolo Eusébio (vestiu de imediato e por cima do casaco, a camisola de jogador que lhe foi oferecida), a realização de uma Semana de Lisboa em Viena, aproveitando a disputa da final da Taça dos Campeões Europeus de 1990 entre o Benfica e o Milão (para além do Fado com Luz Sá da Bandeira, de Olga Pratts, dos Madres de Deus de Teresa Salgueiro ou de afamados cozinheiros da gastronomia lisboeta, levou também o José Mário Branco cuja família havia acolhido, em sua casa, a esposa do Primeiro-Ministro austríaco durante a Guerra… imagine-se a surpresa). 


Mas a visão era também ampliada por uma preocupação cosmopolita de fazer da sua cidade, da sua Lisboa, uma capital reconhecida internacionalmente ao aceitar a realização da Expo 98 a que não faltou uma ida de autocarro à Sevilha 92 de todos os colaboradores próximos para não repetir erros na Lisboa 98 ou da Lisboa Capital Europeia da Cultura de 94 e que teve, na sua 7ª Colina e com a responsabilidade do Elísio Summavielle, uma demonstração das possibilidades de, se juntos e focados num mesmo objectivo, reabilitar a cidade que marca a nossa identidade. Ou ainda com a proposta do Miguel Portas de iniciar a criação dos grandes concertos abertos a grandes plateias e assim vieram os Rolling Stones a Alvalade ou o cuidado colocado na realização do programa do Pavilhão da Expo toma cuidado com o programa, deve ser um pavilhão polivalente mas que possa receber eventos desportivos do melhor nível. A responsabilidade é tua!”, disse-me. Propus-lhe que juntasse á equipa Luis Millet, responsável do programa do Pavilhão Saint Jordi de Barcelona realizado para os Jogos Olímpicos de 92 mas com a preocupação de servir a cidade. Nem hesitou.   


Nesta aventura, Jorge Sampaio distinguiu-me sempre com demonstrações de amizade e de confiança política e profissional. Na sua permanente simpatia aproximava-se dos membros do seu Gabinete de forma as que as relações pessoais produzissem, pela proximidade e participação sem barreiras, relações de trabalho profícuas, inovadoras e competentes (trabalhávamos que nos fartávamos e estudávamos muito…). “Se vocês fossem meus amigos”, disse ao abrir a porta do nosso gabinete sem aviso-prévio e com toda a naturalidade, “levavam-me a almoçar a um sítio agradável e com boa vista” — saímos, tomámos um cacilheiro, andámos a pé junto ao rio da outra margem já a adivinhar, num bonito dia de sol, o prazer da vista deslumbrante de Lisboa. O contentamento do convidado foi evidente.


Sempre que tinha um jogo importante — treinava o rugby do Cascais na altura — manifestava-me a sua amizade aparecendo para ver o jogo. Lembrava-me o André que, há bem pouco tempo, se fartaram de rir, ele e o pai, ao relembrarem a minha bengala pelo ar — não foi dirigida a ninguém! — numa altura em que um erro infantil de um jogador da minha equipa nos ia fazendo perder o campeonato. E profissionalmente ou politicamente sempre me mostrou a sua confiança mandando-me negociar, de acordo com os preceitos estratégicos estabelecidos, com empreendedores ou autores de projectos. Isto para além de me pedir que escrevesse textos que iria utilizar na sua função de Presidente, não sem que e quando entendia me pedir “autorização” para alterar uma frase porque “não consigo dizer isto assim”. Fazia a alteração à mão, sempre de maneira que eu visse, e guardava os papeis.


És capaz de fazer um discurso em francês?” perguntou-me uma manhã. Que sim, disse-lhe. “Então vais amanhã para Paris, se fazes o favor, para discursares por mim no Centro Pompidou.” Falamos uns minutos sobre o tema e que não precisava de ver o texto. Em Paris tive como guia o Eduardo Prado Coelho que me enquadrou na organização francesa onde estavam portugueses e as suas associações. Na volta disse-me com a maior naturalidade do mundo: “Sei que estiveste bem!”. Noutra altura fui, com o Vasco Franco que era vereador, a diversas capitais da América do Sul apresentar a sua candidatura — que acabou vitoriosa — à presidência da Federação Mundial das Cidades Unidas. 


Fui com ele, quando ia receber um prémio às Nações Unidas, a Nova Iorque — tivemos a inteligência de ir, do aeroporto para a cidade, de helicóptero para admirar uma inesquecível vista aérea. Foi com ele que, aí, conheci Ramos Horta com quem estivemos a conversar sobre Timor — “ficas como o contacto dele em Lisboa”, disse-me depois de ter dito a Ramos Horta que sempre que precisasse de alguma coisa que me contactasse que eu daria o andamento necessário. Á noite fomos a clubes de jazz ouvir fabulosos músicos de quem nunca tínhamos ouvido o nome e fomos também ouvir um notável concerto, convidados por um dos seus patronos, numa oportunidade rara de ouvir uma orquestra com mais de 100 figuras. No dia seguinte, o mesmo patrono levou-nos de barco Hudson fora, a ver de perto a Estátua da Liberdade e a skyline nova-iorquina onde aproveitei para fotografar o Jorge com as, agora destruídas, Twin Towers em fundo. De dia fomos aprendendo como se movimenta uma cidade com horários diferenciados — do nosso hotel podíamos ver o acender das luzes por tempos diferentes — e percorríamos, nos poucos intervalos possíveis, os espaços da cidade para perceber que não são os edifícios altos que fazem o mal das cidades… 


Tive uma sorte espantosa ao poder ser seu colaborador. Aumentei os meus conhecimentos, aprendi com ele uma ética de liderança, a obrigação de ouvir as partes, a lidar com perspectivas e interesses desiguais ou mesmo divergentes, a não ceder nos princípios ou nas questões essenciais — aprendizagem que me foi valiosíssima para, posteriormente, desempenhar capazmente os cargos de Coordenador Nacional da Medida Desporto do III Quadro Comunitário de Apoio ou de Vice-Presidente do Instituto do Desporto de Portugal. A nossa convivência foi, para mim, uma escola de elevado nível.


Meu caro Jorge: por tudo isto que me possibilitaste, estou-te muito grato. Como escrevi no  teu Livro de Condolências: “o teu Exemplo ficará vivo para sempre na minha memória. Foi uma honra servir sob as tuas ordens. Com profunda amizade” o meu até sempre!

domingo, 25 de julho de 2021

UM DIA TRISTE


Otelo Saraiva de Carvalho foi o estratega do 25 de Abril. 
25 de Abril que não teria visto a luz sem a sua determinação, a sua ousadia, a sua audácia. Sem ele, sem o seu comando, o primeiro passo para a Liberdade e Democracia não teria existido e a minha vida — e a de tantíssimos outros —teria sido diferente. Diferente e muito pior! 

Nascido em 25 de Abril (1947) recebi de Otelo a melhor prenda de anos que alguma vez tive. Estou-lhe, por isso, eternamente grato!

Hoje é dia para lhe agradecer e um Dia de Luto Nacional seria a demonstração corajosa do devido apreço e não a cobarde moralice de um mistificador agrado tido por generalizado. Principalmente daqueles que são o que são porque houve a coragem de fazer o 25 de Abril — e Otelo foi o seu principal motor! Agradeçam, caramba!

Porque do resto, trataremos com a História, quando formos capazes de tratar de muitas outras controvérsias…

 

sábado, 22 de maio de 2021

SAÚDE E DESPORTO: UMA NECESSIDADE, NÃO O OBJECTIVO

Em resposta parlamentar pela não existência de comparticipação do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) ao Desporto, o ministro do Planeamento, Nelson de Souza, respondeu: “O Desporto enquanto elemento promotor e método de prevenção de uma melhor saúde dos portugueses tem uma abertura de financiar a actividade física e desportiva no âmbito da componente C1 da Saúde […]. As actividades desportivas enquanto tal formalmente e pelo tipo de apoios que elas necessitam são sobretudo de emergência para relançar as suas actividades não cabem no âmbito do PRR“ demonstrando, pelo uso do lugar-comum da relação directa Desporto-Saúde, a habitual confusão com actividade ou exercício físicos que podem, naturalmente, envolver jogos e que representam o domínio que, devendo ser generalizado a toda a população, permite constituir a harmonia físico-mental que aumenta as resistências e até a resiliência à doença. Mas Desporto e actividades físicas, não são a mesma coisa nem têm os mesmos objectivos.

Ao contrário do que foi afirmado, o Desporto — que tem o seu domínio na esfera das Federações Desportivas enquanto Associações de Utilidade Pública Desportiva — não tem como objectivo promover a saúde, mas sim a obrigação de garantir que os seus integrantes estão sujeitos ao seu controlo — e daí, por exemplo, a existência de exames médicos de avaliação. 


Garantia que deve ser uma constante. Porque o Desporto, pelas suas exigências no campo do rendimento e da superação, é para quem tem saúde. E, dentro destes que têm as condições físicas e mentais para o praticar, o Desporto — incluindo-se aqui o Desporto Adaptado — é ainda e apenas para os que o querem praticar. Não é portanto para todos: é, repito, para aqueles que o podem e querem praticar. Para todos é, isso sim porque pode ser sempre adequado ao estado de cada um, a actividade e/ou o exercício físicos que constituem, como é do conhecimento generalizado, um elemento, repito, de inegável importância no desenvolvimento da saúde física e mental da generalidade das pessoas.


Tratando-se de uma actividade que tem por objectivo o rendimento e a superação — estamos no domínio da excelência — o Desporto promove, para além do entretenimento que o seu espectáculo proporciona, um conjunto de conhecimentos que se traduzem em vantagens sociais e com aplicação ainda no tecido organizativo e empresarial. Como, por exemplo, com o desenvolvimento do espírito de equipa, reconhecendo a diferença mas evitando a divergência, com a prática da inclusão — no Desporto pouco importa a cor ou a religião — ou com o estabelecimento dos princípios meritocráticos da escolha, criando oportunidades, independentemente da sua origem, para todos os que se inserem no poder-e-querer. 


São também evidentes as condições de inovação científica proporcionadas pelo Desporto, quer pelo melhor e ampliado conhecimento do corpo humano, quer pelas resultantes aplicações práticas como sejam, também por exemplo, a evolução da alimentação e suplementos alimentares, das componentes do vestuário ou do calçado, das componentes de automóveis, motas ou bicicletas, das tecnologias de comunicação e tratamento de dados ou da abertura de novas perspectivas às engenharias e arquitecturas. Enfim, um mundo de relações e aplicações que desmistificam a ideia, errada mas muito recorrente na iliteracia vigente, de que o Desporto não passa de um entretém de fim-de-semana.


O Desporto representa à evidência um óbvio valor social e como tal deve ser apoiado financeiramente por dinheiros quer resultantes da sua actividade quer por dinheiros públicos que permitam, para mais nesta emergência pandémica, garantir — considerando que é crescente a importância no desenvolvimento do domínio económico através do cada vez maior número de empregos que fomenta e de necessidades que desenvolve — a sua continuidade na formação daqueles que substituirão os atletas de hoje, não fazendo, portanto, qualquer sentido considerar que não “cabem no âmbito” do Plano de Recuperação e Resiliência como parece ser a portuguesa visão oficial. Situação que, aliás, não corresponde ao entendimento de outros países europeus…


O Desporto não é um pária social e nós, membros activos da sua comunidade, não podemos deixar que seja tratado como tal. Seja por quem fôr. 


Texto publicado na coluna de opinião do Comité Olímpico de Portugal da Tribuna Expresso em 21/05/2021

segunda-feira, 5 de abril de 2021

O QUERIDO PERCY VAL D’ASSECA PARTIU

A visitar a árvore do Vale de Asseca de onde decidiu adoptar-nos, a mostrar a elegância habitual e a lembrar as óptimas sonecas que fizemos, os grandes jogos de rugby que vimos e os textos que escrevemos. Um amigo e companheiro que partiu com a serenidade dos grandes e que deixa uma memória de enormes e inultrapassáveis saudades.

O Percy Val D’Asseca, o nosso muito querido gato, amigo e companheiro, partiu, às 2 da manhã do domingo dia 4, com a serenidade da grandeza com que sempre viveu, com o mínimo de queixumes que não lhe foi possível segurar, com os olhos a despedir-se. Tinha quase 16 anos — que faria em Maio. E mesmo quando a sua saúde começou a deteriorar-se, nunca deixou de nos manifestar, com enorme ternura, a amizade que tínhamos criado. Gostava especialmente de uma ou outra coisa e sabia expressá-lo de forma compreensível — como quando preferia comer os secos da nossa mão em vez de pela tijela habitual.

Desde logo membro da nossa casa, retribuía-nos a amizade — mesmo amor — que lhe tínhamos com uma absoluta confiança, nunca mostrando receio de qualquer gesto nosso. Tinha, de facto, uma total confiança em nós e mostrava-o abertamente. Nos seus últimos dois, três dias, apesar do seu mal-estar e da perda de recursos físicos e da necessidade de se auto-proteger, procurando espaços menos abertos ou mesmo escondidos, nunca deixou de vir ter connosco para uma troca de mimos. Ou a mostrar um olhar de agradecimento por um cobertor que lhe puséssemos. Parecia, em cada gesto que fazia, que nos queria mostrar o apreço em que tinha o tratamento que gostosamente lhe dispensávamos. E por isso a nossa relação tinha um laço muito forte de união.

O bilhete de identidade que lhe fizemos

Profundamente doloroso — que nos marca o coração apertado — foi o momento quando, sentindo-o já com dificuldades respiratórias transmitidas num ou noutro som cavo e vendo a sua linguinha rosa já fora da boca, percebi a minha incapacidade para fazer mais por ele do que o gesto de carícia traduzido numa festa como último adeus — nada mais podia fazer pelo querido Percy... e, tão rápido quanto possível, saímos para o hospital. E fechou-se a porta — só o voltando a ver na tranquilidade da imagem que guardo. O  choque, a perda, essas serão para sempre.

Perder a sua presença no dia-a-dia é um sofrimento muito grande — não ter mais a simpatia da sua companhia, dos seus gestos — o sentir das suas mãos a puxar uma das nossas para que lhe fizéssemos festas ou para que lhe déssemos espaço para se acolher — dos seus sítios ou das suas coisas a construir memórias que vão levar muito tempo até que possam ser recordadas com um sorriso. Dói-me muito a tua falta, Percy querido..

sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

ANA GOMES POPULISTA?!



Foi com espanto que na noite eleitoral ouvi bem-pensantes a classificar a candidatura de Ana Gomes como populista. Havendo até quem, do cimo do ar professoral da certeza absoluta, a comparasse à existente armadilha da extrema-direita.

Politicamente o populismo procura despertar, utilizando as liberdades permitidas pelo exercício da Democracia, os instintos mais primários e os medos mais irracionais que permitam ao caudilho a conquista ou a manutenção do poder. Ora, lendo os 21 pontos que constituem o programa de candidatura de Ana Gomes se percebe que a sua oposição não assenta nem em moralices, rejeição de direitos de minorias ou propostas socialmente divisionistas, mas sim numa determinação pela aplicação de Princípios e Valores da Democracia e dos Direitos Humanos.

O facto de ser uma mulher a enunciar com toda a clareza as exigências de intervenção política nas diversas áreas que compõem a nossa vida comum, não permite o menosprezo ou o achincalho. Populista, não; genuína e frontal, sim! 

[publicado in Público, Cartas ao Director em 29/Jan/2021]

sexta-feira, 22 de janeiro de 2021

ANA GOMES A MINHA PRESIDENTE

Votar em Ana Gomes, como farei no próximo domingo, é procurar que o cargo de Presidente da República seja ocupado por uma pessoa capaz, com visão estratégica de futuro, defensora exigente e sem contemplações dos princípios fundamentais da Democracia e do seu pleno desenvolvimento e que nos garanta que entre a reflexão da palavra e a acção exigível, vai apenas um tempo de realização eficaz.


A experiência de uma vida dedicada a Servir, quer directamente a República, quer os Valores e Princípios de garantia dos Direitos Humanos fazem de Ana Gomes uma cidadã de convicções, independente de quaisquer interesses ou conveniências e que, no cargo de Presidente da República, terá um papel decisivo, usando convenientemente os seus poderes constitucionais, para que Portugal possa ser o lugar comum do bem-estar, traduzido numa real melhoria das condições de vida, de todos os portugueses.


Para Ana Gomes — e desde já — o meu agradecimento pela sua presença nestas eleições. Votemos, portanto!  



FINALMENTE !!!!


 Tarde e a más horas mas parece que começaram a perceber que uma ameaça não se trata com proporcionalidade mas avançando e tomando-lhe a dianteira...

segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

ESTAVAM À ESPERA DE QUÊ?!

Comentários para quê? Vale a evidência!

 

sexta-feira, 1 de janeiro de 2021

CARLOS DO CARMO DE LISBOA PARA O MUNDO

 Começar um novo ano com a notícia da morte de um amigo não é fácil.


A primeira vez que falei com Carlos do Carmo foi há muitos anos em O Faia - por qualquer razão chegámos à fala e ficámos a saber quem era um e quem era o outro. Anos depois encontravamo-nos com maior regularidade, quase sempre no Procópio, onde, ao sabor de uns copos, trocavamos ideias entre culturas diversas, músicas, artes e políticas. Na política também estivemos numas mesmas campanhas... Conhecíamo-nos bem e fomos criando uma amizade das que perduram pelo tempo e que se mantêm independentemente das vezes em que a vida nos deixa encontrar.

Carlos do Carmo não era apenas a Voz - e que voz ele tinha - mas era muito mais do que isso Culturalmente retirou o Fado do espartilho em que o Estado Novo o tinha colocado e, apoiando novos fadistas e cantando novos poetas, entregou-o a quem ele pertence, a nós portugueses e bateu-se para fazer dele Património Imaterial da Humanidade; como cidadão mostrou-se sempre do lado da Democracia e do direito da pessoa humana e sempre que sentiu o desrespeito ou perigo pela Democracia, apresentou-se na 1ª linha. E foi sempre Voz!

Com a sua morte e se perdemos uma voz de combate pela Democracia, temos a sorte de guardar nas memórias tecnológicas o cantar dos seus discos ou dos seus concertos. Que se ouvirão sempre com particular agrado, cantando Lisboa como a cidade única que sempre reconheceu.

Até sempre, meu caro!

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