quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Cartaz resistente

Há dias um amigo meu ésseémiéssizou-me assim: "Estou no Hot. O teu cartaz resistiu ao incêndio. Incrível!"

Respondi-lhe que é para isso que se desenha, para resistir a desventuras.

(não sei se foi a sorte dos deuses ou se, pura e simplesmente, alguém tinha outro exemplar de um cartaz feito há bons trinta anos...)

Para memória - não vá o diabo tecê-las - aqui deixo a imagem do cartaz.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Senhor da Pedra ao entardecer


Senhor da Pedra, Miramar, foto telemóvel

domingo, 25 de dezembro de 2011

Dias de Inverno

Miramar (41º4'1"N, 8º39'25"O). Na praia a 25 de Dezembro

sábado, 24 de dezembro de 2011

NATAL 2011

Foto de telemóvel
Mesmo que seja desfocado, mesmo que a visão não seja a mais apetecível, BOM NATAL!

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Prémio Secil Arquitectura 2010: da realidade à poesia

[razões que só as nuvens electrónicas conhecem atiraram este texto para sítios improváveis – é o terceiro e daí a razão do fora de tempo mas o dito merece este tempo.]

Começou assim a entrega dos Prémio Secil de Arquitectura 2010:

“As dificuldades que sentimos têm uma explicação primeira numa situação que só raramente conseguimos superar: os bens e serviços que todos produzimos, para vender aos portugueses e no estrangeiro, têm um valor médio muito baixo em comparação com os países nossos potenciais clientes e fornecedores.


É isso o que realmente significa a afirmação, incessantemente repetida, de que temos uma produtividade muito baixa. Não quer dizer que trabalhemos pouco, mas que o valor da nossa produção não é considerado suficientemente competitivo por parte de milhões dos seus potenciais consumidores.”
Pedro Queiroz Pereira, Presidente da Secil

Solução? exigência de qualidade e de inovação – razão, aliás, principal do prémio como nos disse.

Depois Miguel Figueira – o traço, a inteligência e a cultura do novo Montemor-o-Velho e presidente do Júri do Prémio Secil Universidades Arquitectura - preocupou-se com a nossa necessária aprendizagem de voar na maior dificuldade de o fazermos sem asas, lembrando apenas que “será a necessidade que vos vai ensinar!”



 Chegada a vez do vencedor deste 2010, Eduardo Souto de Moura, chegaram também os poetas.

Escolhido pela pintora Paula Rego para a sua Casa das Histórias de Cascais, Eduardo Souto de Moura lembrou a poesia dos livros de cabeceira ao falar da métrica e do rigor enquanto traço comum da arquitectura e poesia. E citou:
“Só a palavra exacta tem utilidade pública” de Eugénio de Andrade para justificar o rigor de cada traço.

Acrescentando Oscar Wilde sobre o esforço do tempo ponderado e reflectido exigido pelo trabalho: “O que fiz de manhã? Coloquei uma vírgula. À tarde? Retirarei a vírgula”
Tudo dito em duas frases correspondendo ao tudo escrito no desenho das duas chaminés que simbolizam o lugar das estórias.

[porque houve atraso deu para ler, a propósito do tema lançado por Queiroz Pereira, o embaixador da Argentina, Jorge Faurie, que assim disse marcado pela experiência recente: “Não há produtos com valor acrescentado tal que seja imprescindível comprar a Portugal. Fora do Mercado em euros Portugal tornou-se caro, sobretudo quando é possível encontrar mais barato com qualidade semelhante ou até superior.”]

A arquitectura portuguesa do Prémio Secil marcou a noite: definindo qualidade e mostrando inovação. E assim vive no Mundo.
fotos de telemóvel

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Desigualdade


Time, Agosto 2011
Os dados agora divulgados pela OCDE sobre a desigualdade onde Portugal faz uma péssima figura só são surpresa para os desatentos. Ao lê-los, lembrei-me de duas coisas: uma, de um livro de António Barreto publicado antes do 25 de Abril que então li e que caracterizava Portugal como um país dual, tal a diferença entre ricos e pobres - diferença que, aliás, se mantém com as mesmas características (20% dos mais ricos ganham seis vezes mais do que 20% dos mais pobres); outra, a de um recorte mais recente datado de Agosto que guardei e que traduzia os trabalhos preliminares deste relatório onde Portugal já era apresentado com o pior lugar europeu com valores do índice de Gini (0,353) próximos dos agora apresentados. E de pouco valerá, para quem pertence ao mundo de baixo, o facto de Portugal contrariar a tendência de aumento de fosso - ele é tão grande que levará vidas na aproximação...

Sabe-se: a diferença de rendimentos, a desigualdade entre os que têm muito e os que têm (terão?) muito pouco, é responsável pela falta de qualidade de vida como o demonstra o vídeo que deixo. Mas é tão evidente a sua responsabilidade na diferença dos resultados da vida que, num documento de trabalho intitulado "Endividamento e Desigualdades" realizado em Dezembro do ano passado e a pedido do Fundo Monetário Mundial (FMI), Michael Kumhof e Roman Rancière escreveram: 
"Restabelecer a igualdade redistribuindo os rendimentos dos ricos pelos pobres, não agradaria só aos Robin dos Bosques do mundo inteiro; poderia também poupar à economia mundial uma nova crise de grandes proporções"
Nos quinze minutos da TEDTalks, Richard Wilkinson - o investigador britânico co-autor, com Kate Pickett, de "O Espirito da Igualdade" - dá uma maior dimensão a esta ideia.


Desigualdade, o verdadeiro inimigo.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Falar Claro

"Public information should be made public. This public means presenting, designing and structuring this information so that it is acessible, available, understandable and free." Richard Saul Wurman in Understanding USA
Falar e escrever em português claro e entendível é uma obrigação de quem tem a função de comunicar com os outros portugueses. Como sejam todos aqueles que devem ser publicamente compreendidos.

Percebendo os portugueses que devem - por ser um seu direito - exigir compreender. Exigindo que a linguagem técnico-especializada seja apenas para técnicos especialistas e que a linguagem destinada às cidadãs e cidadãos tenha a cidadania da compreensão.

Neste campo da comunicação a proposta da Sandra Fisher-Martins, uma militante do falar claro que pode ser vista no vídeo, é um bom princípio: falar e escrever como se fosse para a própria avó. Iniciando pelo mais importante, com frases curtas e palavras simples.

Para que não haja dúvidas - nem receios - sobre as vantagens da simplicidade e clareza, Sandra Fisher-Martins cita Einstein: "se não o consegues explicar de forma simples é porque não o compreendes suficientemente."

Pois é: o pretenciosismo de falar com palavras de libra desnecessárias, do uso também desnecessário de expressões estrangeiras não passa de um disfarce de ignorância. Dando-se ares.

Falar claro torna a vida mais fácil, alarga o acesso a oportunidades, permite compreensões e decisões mais adequadas, estabelece uma relação social menos estratificada. Enfim, alarga o direito de cidadania à visão republicana da sobreposição do direito ao privilégio.

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