quarta-feira, 31 de julho de 2013

Ocupação?!


Carros em actividade desportiva?
Lisboa, foto em iPhone, JPBessa

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Florista


Florista, S.Mamede, Lisboa, foto em iPhone

quarta-feira, 24 de julho de 2013

A las cinco de la tarde


terça-feira, 23 de julho de 2013

Acabou o 100º Tour de France

Desenhado com dedo em iPad

E agora, acabado o Tour, que posso eu fazer nas tardes de calor? perguntava um telespectador no último dia aos comentadores da Eurosport. Durante três semanas a melhor prova de ciclismo do mundo - essa modalidade que teimam em chamar individual mas que só vive com o colectivo das equipas - mostrou-nos a capacidade de superação destes forçados da estrada, chamando a atenção para o nível de treino necessário à realização da prova. Para os mais cépticos, a conferência de imprensa pós-prova de Froome é elucidativa sobre o seu trabalho e da sua equipa - a SKY - de preparação para a boa prestação na prova - no ano passado o vencedor foi um dos seus, Wiggins, com Froome em segundo - lembrando que o passaporte biológico e os diversos exames antidopagem, para além da possibilidade de guardar os líquidos orgânicos durante os próximos anos, são a garantia necessária da sua "limpeza" e por isso terá, ainda no podium e com convicção, afirmado: eis uma amarela que resistirá à passagem do tempo. Espero bem que assim seja porque quero guardar, sem qualquer azedume, as memórias do que vi.

Para além de todo o fantástico domínio de Froome e das duas vitórias - de se lhe tirar o chapéu - de Rui Costa, ver o Tour pela transmissão televisiva é deliciarmo-nos com magnificas paisagens rurais ou urbanas - há vistas aéreas urbanas soberbas - a que se acrescentam instalações, feitas com os materiais mais inesperados e algumas delas de notável criatividade, comemorativas do centenário e localizados num qualquer espaço livre a que os helicópteros de serviço não deixavam de chamar a atenção.

Nas montanhas, o esforço mata-nos, nas planícies o deslizar cansa-nos, nas descidas - houve quem atingisse 100 quilómetros à hora - a velocidade assusta-nos. O Tour de France é uma das mais interessantes provas desportivas mundiais.

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Conclusão após 21 dias

Melhor valera estar quedo
da sabedoria secular

sexta-feira, 19 de julho de 2013

San Fermines 2013



Capote de S.Fermín
Fotos tiradas da Internet
 Os encierros das festas de S. Fermín em Pamplona são um espectáculo que tento não perder, manhã cedo, nas excelentes transmissões directas da TVE. Nas ruas do casco histórico da cidade milhares de pessoas - cada vez mais mulheres - correm com touros e cabresto num percurso tradicional que os leva até aos curros da praça onde serão corridos à tarde. O objectivo não é correr por correr, é correr à frente e na cara do touro e há quem o faça de forma soberba - ao fim de anos a ver já reconheço os históricos - e é notável a forma como, no meio de toda aquela confusão onde não são poucos os que só atrapalham, conseguem manter a frieza e, com um toque de jornal ou de mão nas hastes, conseguem impedir cornadas nos que se deixaram encurralar. E não deixa de admirar, dadas as circunstâncias, o escasso números de feridos que, ao fim e ao cabo, acontecem. Magia do capote de San Fermín, dizem - e, bem vistas as coisas, deve ser verdade. Para isso os três pedidos iniciais e diários de protecção...
O que os touros podem vir a fazer é incontrolável, a reacção dos corredores menos experimentados também, o que nem sempre dá bom resultado. Mas faz parte.
O que já não faz parte é o erro daquilo que é controlável. E foi o que aconteceu no dia 13 de Julho. Por estúpida subserviência  - para deixar entrar uns "policias forales" para a trincheira como se fazia há vinte anos - uma porta foi demasiado e desnecessariamente aberta num espaço de quase dois lado a lado e acabou por tapar metade do espaço de entrada na praça, provocando assim um montón. Corredores a aumentar o monte, abafando os primeiros caídos e - para receio geral - com os touros a chegar e a encontrar, na sua frente, um tampão humano que não os deixavam continuar para a arena. 
Sorte, sorte foi que os touros bateram e ficaram e os cabrestos não tentaram trepar pelo monte humano acima. E alí se ficou, com a cobertura do capote do santo, até que a inteligência voltou: os touros foram levados por dentro da trincheira para entrar na arena um-quarto de volta depois.
Momentos de enorme ansiedade, momentos de pânico de quem tinha que suportar toneladas de peso em cima, momentos de pavor para muitos que viam e nada podiam fazer. O capote de S. Fermín limitou o número de feridos - um apenas com séria gravidade - a vinte e três, a maioria ligeiros. Uma sorte, um alívio.
Na sua tese, Cipolla tinha toda a razão: a estupidez tem péssimas consequências. Mas porque o capote não estará sempre atento - o diabo tece-as - aquelas portas nunca mais se abrirão: ordem definitiva do consejal. 
Mais vale tarde que nunca, diz-se.

sábado, 13 de julho de 2013

Maioral

Nas Galerias da Assembleia da República a malta gritava "Demissão!".

A senhora da Assembleia, qual dona, qual maioral, e num faz-de-conta de boa educação, berrou-lhes: "Façam o favor de se retirar!". Berrou de novo: "Façam o favor de se retirar!". E insistiu berrando outra vez: "Façam o favor de sair!"

Saída a malta, teorizou sobre o medo como se tivesses estado sob imenso perigo e citou a despropósito Simone de Beauvoir: "Não podemos deixar que os nossos carrascos nos criem maus costumes". Carrascos?! Maus costumes?! Ou desnorte de arrependimento pelos berros e do querer, posso e mando desajustado? Nem por isso, não terá sido isso, porque, muito senhora do seu nariz, concluiu que haveria que tomar providências para alterar futuras possibilidades de acesso às Galerias.

Depois do recente discurso do Presidente e desta inútil expressão de autoritarismo da Segunda Figura, a memória trouxe-me a Alexandra Alfa do José Cardoso Pires: "Isto não é um país. É um sítio... e mal frequentado".

Por isso anda tão torto...

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Plano A

"Espelho, espelho meu, diz-me se há salvador nacional melhor do que eu?" e o espelho respondeu-lhe com o reflexo de um sorriso de leve satisfação. O homem saiu corredores fora a repetir: "Este é o Plano A! O Plano A!! Vou dar uma lição, uma estalada mesmo, a esse aprendiz e ao pretencioso do outro. Vou passar-lhes uma certidão de óbito disfarçada de alto patrocínio. E tudo vai melhorar para mim: os portugueses que me elegeram e que me andam a fugir, vão perceber que o único salvador sou eu. Que sou o único político que os pode salvar!"

"Coxo?! O Plano A?" interrogou-se quando o espelho lhe chamou a atenção num prolongado psssst. Se o B trata, com o tempo necessário a lição de cura, de despachá-los para eleições, de os colocar a prazo e que se desenrasquem, o que faltará para que o Plano A seja um sucesso, perguntou-se então: "Entalar o PS? Mas não tenho feito outra coisa com a mãozinha que tenho dado ao Governo e os discursos em que lhes arreio forte e feio...que poderei fazer mais?"

Como é sabido, passeios de corredor são sempre bons conselheiros. Rodou, fez a esquina e ouviu-se: "Vou entalá-los...vou exigir-lhes a participação na solução, exigir-lhes um compromisso com os outros... e deixar o resto da esquerda de fora. Para os entalar mais... vão ver os apoiantes a pirarem. Vão ficar à rasca, não vão conseguir explicar aos eleitores porque não participam. Vão perder o pio. E no fim vão ter que ir a eleições..." elaborou quase a rir.

"Estão feitos! Todos!" e até uma gargalhada caiu no reposteiro de disfarce da porta, "Os três nunca mais se vão entender, não vai haver compromisso nenhum, não haverá acordo e eu vou criar um governo de minha incidência que governará acima desta maltosa e que me tratará com o respeito devido. E terá o apoio da troika que me verá como grande salvador dos interesses dos credores e com o apoio dos portugueses que me julgarão o metedor-na-ordem-mor dos líderes dos partidos."

"Sou genialmente o salvador, vou subir na popularidade, vou ficar em grande. Em palmas!"

terça-feira, 9 de julho de 2013

Decência

Leio numa edição do jornal Público e junto aos qualificados de recortes da gaveta que o senhor Ministro da Presidência, Luís Marques Guedes, com certeza com a pomposidade requerida na circunstância do cenário do Poder, declarou, para que, boquiabertos e reconhecidos perante quem sabe, o seguissemos: "O que se exige é responsabilidade para preservação e defesa da estabilidade política."

Acontece, Excelência, que não é nada disso que precisamos, queremos ou exigimos. Saiba Sua Excelência que aquilo que precisamos se diz decência. O que exigimos é DECÊNCIA! Decência apenas, sem palavras de libra, sem efeitos para a plateia. Sem disfarces grandiloquentes. O que exigimos dos políticos não é a responsabilidade pela segurança da sua estabilidade é a responsabilidade empenhada na resolução séria, adequada e eficiente dos problemas que dizem respeito à totalidade dos portugueses de uma forma equitativa, equilibrada e socialmente justa. Como manda a responsabilidade de prestação de serviço público!

Excelência: a estabilidade política é óptima para quem tem - assim, no mínimo, mantém. Mas não para quem viu a sua qualidade de vida e as suas perspectivas de um futuro aceitável desaparecerem. 

Excelência: eleições, numa democracia, não são factor de instabilidade: são eleições!

domingo, 7 de julho de 2013

Sacrossanto Mercado

Um senhor, aparentemente russo e provável habitante do Mónaco, que assina Russian Market e escreve numa rede social que Portugal isto mais aquilo, desastroso para aqui, Gaspar para um lado, Portas para o outro, Albuquerque qualquer coisa, Coelho em tudo.

Enfim, escreveu o que lhe deu na cabeça com a irresponsabilidade do meio e do nulo conhecimento sobre o nosso jardim (ao que parece não terá grandes conhecimentos sobre nenhuns outros...). Acha apenas que não lhe dá jeito - vulgo segurança - comprar português. E que faz o sacrossanto Mercado, esse deus de adoração e preferência dos financeiramente privilegiados, perante tal demonstração de sagacidade? Reage à tontice e mostra-se prejudicial a Portugal. 

Ou seja: essa coisa denominada Mercado que se sobrepõe - por vontade de alguns - às pessoas e à sua vida e, bastas vezes, aos seus direitos, é dominada por coisa nenhuma que tenha um mínimo de racionalidade. Estamos assim no domínio de algo pior do que a sorte e azar de casino, ficando sujeitos à perigosíssima dependênca de uma qualquer estupidez. E os senhorecos vêm falar-me dos Mercados como se fossem coisa séria, fiável e confiável. Com regras. 

Mostrando, apenas e no fundo, que não querem que aprendamos nada com a crise que vivemos e que não reconheçamos o faz-de-conta que representam. Para que o saque, no seu espaço de multiplicação dos pães, continue a ter espaço de ampliação. Tornando muito mais ricos os ricos e mais pobres todos os outros.

Regulação diz-vos alguma coisa ou vamos continuar nas mãos do interesse colector do neo-liberalismo?

Infelizmente, toda esta manipulação de mãos invisíveis tresanda a obediênca estúpida. Gaspar demitiu-se declarando a política prosseguida - por ele próprio - como errada e Coelho como líder incapaz. Portas demitiu-se irrevogavelmente para levar uma sova do partido e voltar rapidinho por troca com rebuçados. O Presidente da República, dizendo mesmo nada a qualquer costume, pretende que julguemos que deu dois puxões de orelhas e meteu os meninos na ordem.

Cipolla tem a razão toda na tese (ver aqui) que defende: existem muito mais estúpidos do que possamos imaginar e são muito mais perigosos do que quaisquer outros. O quod erat demonstrandum está à vista.

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Cidadãos-Arquitectos exemplares

Neste momento de irresponsável jogo de sombras donde, com a permanente falta de comparência do Presidente da República, não prevejo nada de bom - ou de melhoria - para o povo português, o Governo da República fez uma coisa decente: atribuiu aos arquitectos Nuno Teotónio Pereira, Alcino Soutinho e Nuno Portas a Medalha de Mérito Cultural.

Ordem dos Arquitectos, Sala Nuno Teotónio Pereira, foto em iPhone
Homenagem mais do que merecida, na Ordem dos Arquitectos e no dia em que se celebra o aniversário do Estatuto da Ordem dos Arquitectos, a cidadãos-arquitectos que se tornaram exemplos de cidadania e entrega profissional empenhada. Não de hoje mas desde os tempos em a vida não tinha este sopro de ligeireza irresponsável.

Na cerimónia que se traduziu nalguma emoção para quem estava presente e depois de termos ouvido, após a entrega das medalhas e respectivos diplomas, palavras marcantes de Portas e Soutinho, aconteceu o momento porventura mais marcante da cerimónia: a alma republicana de Teotónio Pereira - cego e de cadeira de rodas - impeliu-o a levantar-se e receber de pé a medalha e, ainda de pé, a dirigir-nos algumas palavras com as quais nos quis transmitir a vontade de divisão da sua distinção com quantos com ele tinham trabalhado. Dos mais conhecidos aos mais humildes como referiu. A plateia respondeu com as armas que tinha: com uma ovação de pé!

Ter tido a possibilidade de os ouvir ou ler por diversas vezes, de os conhecer, de, mais do que uma vez, ter tido oportunidade de com qualquer deles conversar sobre razões profissionais, políticas ou culturais foi para mim um enorme previlégio. Com eles aprendi sobre a profissão e sobre a cidadania. 

Qualquer deles influenciou de forma memorável a Arquitectura e a Cidadania Portuguesa. Agraciá-los foi um acto de nobreza do Governo.

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Dará a perdigota com a bota?

"Isto são crimes políticos para salvar o capital financeiro e o sistema bancário",                        Manuel Alegre in SIC Notícias, 26/06/2013, sobre a situação política.

Desenhado a ponta de dedo em iPad

Nunca gostei do falar afectado do homem, do seu uso do Exel, do estilo espertinho que sempre demonstrou. Demitiu-se depois de deixar boa parte da agenda que o motivou - a venda a retalho do país - realizada. E por isso é aplaudido pelos que ganham - esse mundo cujas perspectivas detesto - com a desgraça dos portugueses. Portugueses para quem não acertou uma!  Conversados portanto em termos de competências ou capacidades. Ou da visão de sebenta sobre a realidade. Pronto: o senhor vai-se embora e o senhor primeiro-ministro não tem melhor escolha do que a segunda do mesmo. Como resultado demite-se o chefe do principal partido da coligação porque, pelos vistos e confissão, estava reduzido a papel de embrulho...

"Não me demito!!" diz no trocatintismo da sua inépcia política o senhor primeiro-ministro a olhar-se como herói de banda desenhada embora de pacotilha. E vê mais uns quantos ministros do partido coligado a demitirem-se, partindo. Excelente capacidade de liderança!...

Capacidade de liderança também foi o que não mostrou o senhor Presidente da República. Deram-lhe um poder e ele, a cada dia que passa, faz-se de conta e dá lições públicas de organização política.

Neste escandalo de jogos de escondidas onde os portugueses - as PESSOAS! - nada contam ou são tidos em atenção, este Governo que - como do próprio os próprios disseram - gosta mais de uns portugueses do que de outros, está de malas aviadas. Veremos como o senhor Presidente da República, por quem os portugueses já perderam, por inação própria, muito da consideração devida e da esperança desejada, descalçará a bota.

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