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domingo, 17 de abril de 2022

PÁSCOA 2022

 


segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

ESTAVAM À ESPERA DE QUÊ?!

Comentários para quê? Vale a evidência!

 

segunda-feira, 5 de outubro de 2020

NO JOGO DAS DÉCIMAS COMO NA LOTARIA

Este sistema de acesso ao ensino superior não serve o país, descuida paixões e ignora possíveis talentos. Neste incómodo que este sistema me impõe, sossego apenas com a enorme satisfação que as minhas netas me deram: estão na Universidade.

Sempre que tenho de dar atenção, por interesses de avô, ao acesso ao ensino superior, fico incomodado. Incomoda-me aquele jogo de décimas – como se estabelecerão diferenças de décimas nas notas escolares? Ninguém acha estranho? Incomoda-me o facto desta espécie de lotaria que representa a entrada, escolha ou falha por décimas – num ano fico fora por duas décimas, no ano anterior teria entrado sem problemas, no ano que vem posso entrar ou não dependendo muito mais das notas dos outros do que das minhas. Que raio de sistema é este?

Provavelmente porque, dizendo respeito às Universidades, nós, espíritos menores, entendemos que no cume da escada da sabedoria estarão algoritmos que nos são inacessíveis e que determinarão quem tem ou não capacidades para vir a ser um cidadão com saberes suficientes para melhorar a vida do país e dos seus. Pura ingenuidade a nossa. Nada mais desacertado. O actual sistema não permite, para a grande maioria, nada mais do que aceitar a exigência de adaptação ao que a sorte ditou.

E é esta prática apresentada como se fosse a boa solução de preocupações responsáveis. O ministro da pasta, preocupado com as necessidades de futuro, alerta: “apenas 20% dos que têm entre 25 e 64 anos têm o ensino superior” (e só 50% têm o secundário, dizem os números); o presidente da Comissão Nacional de Acesso ao Ensino Superior, João Guerreiro, avisa que “o aumento de qualificação dos jovens é fundamental na perspectiva do futuro”. E todos nós sabemos também dizer que a formação para o conhecimento é fundamental para elevar o nível do país e de quem cá vive. Mas mantemo-nos neste engano – quase diria, a lembrar Camões, ledo e cego – de julgar que nos melhoraremos com este sistema de acesso ao ensino superior... E os que ficam pelo caminho? E os que entram por escolha burocrática para depois perderem tempo a encontrar o caminho a desoras ou, pura e simplesmente, para desistirem? Quem ganha com isso? Portugal e os portugueses?!

Até admito – embora seja uma demonstração de desconfiança da qualidade do ensino liceal – que se possa estabelecer uma meta, fixa e pré-determinada, mais elevada que o mero 10 para entrar nas Universidades. Mas aqui haveria uma meta conhecida e não variável e de maior dependência do próprio aluno do que de factores exteriores. Mas há outros sistemas mais inteligentes e menos agressivos para estudantes e para o próprio país. E que, com facilidade para todos, captam capacidades. E será fácil, se não se conhecerem já, conhecê-los. Estudem e alterem! Basta sair da preguiça institucional.

“A economia estagnou há duas décadas e não consegue superar a barreira clássica do rendimento médio”, escrevia o director Manuel Carvalho neste jornal. Mas gostamos de apresentar os índices de Gini ou o S80/S20 como factores de desenvolvimento escamoteando que são muito ajudados pelos comparativamente baixos rendimentos da classe média. Quer dizer, fechamos os olhos e garantimos os privilégios... Contentámo-nos com os títulos de Nunca entraram tantos alunos no ensino superior. Foram 51 mil e diz-se marco histórico. O que parece dar razão aos situacionistas. Pura ilusão... Recorde pode ser, mas estará longe de servir as mudanças necessárias. Porque as Universidades não cumprem o seu papel na execução das mudanças, provavelmente pelo excesso tecnocrático e ignorância das humanidades, resultando daí uma provável incompreensão sistémica do global. E Portugal continuará a queixar-se dos mesmos factores negativos de sempre. E se as Universidades podem representar factores positivos de mudança, comecemos por as mudar.

Se nada for feito, se nada for alterado, neste país que nos calhou, acabarei por dar razão à Alexandra Alpha de José Cardoso Pires que “isto não é um país, é um sítio mal frequentado”. Mas a que não falta a vaidade do fato elegante de marca internacional.

Este sistema de acesso ao ensino superior não serve o país, descuida paixões, ignora possíveis talentos – quantos notáveis conhecemos que não mostraram notas liceais de bater no tecto? –    e esquece muit@s capazes. E alarga desistências mesmo se há o reconhecimento ministerial de que “no próximo ano temos de ter menos abandono”. Como, se fui parar onde não queria?...

Neste incómodo que este sistema me impõe, sossego apenas com a enorme satisfação que as minhas netas me deram: estão na Universidade.

[Publicado em Público, Opinião em 4/10/2020]


sexta-feira, 28 de junho de 2019

O “PRÉDIO COUTINHO” OU A DITADURA DO GOSTO

foto O Minho
Quanto mais sei do processo vianense do “Prédio Coutinho”, mais indignado fico. Não consigo entender como se usa o conceito da ditadura do gosto, a estética, para demolir um edifício que nasceu num terreno comprado em hasta pública e que foi, tanto quanto sei e leio, legalmente autorizado e está, sendo uma boa construção, visivelmente em boas condições de habitabilidade. 
A cidade é um espaço de referência da diferença. Diferença entre as pessoas que a habitam, que a procuram, que a utilizam. Diferença entre a expressão das pedras que a constroem e dos intervalos que definem. Diferença entre os serviços que presta, os empregos que gera, as estruturas que os articulam e que permite a produção de riqueza, conforto e bem-estar para os seus habitantes. Diferença, diversidade e densidade são assim as características que tornam a cidade no aglomerado de excelência da tolerância e da criatividade. Por isso lugar de cultura.
Fazer cidade trata do cumprimento das regras estabelecidas para a organização e articulação de espaços exteriores e interiores, traduzidas num desenho urbano que permita a melhor expressão das suas potencialidades. Mas não trata da uniformização do gosto através da imposição de normas momentâneas produzidas pelos doutos poderosos de serviço.
Se assim fosse, se o gosto de uns poucos — gosto disto! não gosto daquilo! — fosse determinante na generalidade da continuidade urbana, o bota abaixo de uma boa maioria dos edifícios espalhados pelo mundo seria a regra da transformação e edifícios como o lisboeta “Franjinhas” de Nuno Teotónio Pereira ou o berlinense “Bonjour Tristesse” de Álvaro Siza já cá não estariam. E qualquer dos dois presta um bom serviço às cidades que servem.
Há algumas décadas atrás, a Câmara Municipal de Viana do Castelo decidiu demolir um mercado municipal e vender o terreno que o continha. Muito provavelmente, procurando os proveitos de que necessitava, quis vendê-lo por tal preço que só uma elevada construção compensaria eventuais compradores. Encontrado interessado no senhor Coutinho, foi o prédio construído com a óbvia autorização camarária e de acordo com as regras então estabelecidas. Prédio legal portanto e que teve as suas fracções compradas por diversas e diferentes pessoas.
Pela sua dimensão, o prédio, como acontece tantas vezes, levantou polémica e como solução — baseada numa visão estética de perturbação da paisagem — surgiu, ao abrigo do Plano de Requalificação da Viana Polis, a decisão da sua demolição. Abaixo, dit(aturi)ou-se!
E para justificar a decisão definiu-se, num óbvio disfarce da prepotência, um urgente interesse público de construção de — imagine-se! — um mercado municipal. Fechava-se assim um círculo: mercado municipal-demolição-construção de um prédio de habitação-demolição-construção de um mercado municipal.
Ora o Programa Polis está definido como um programa que visa promover intervenções nas vertentes urbanística e ambiental, por forma a promover a qualidade de vida nas Cidades, melhorando a atratividade e competitividade dos polos urbanos. Será que a demolição do “Prédio Coutinho”, prédio bem construído e em boas condições de habitabilidade, repete-se, promove a qualidade de vida dos vianenses? Que melhorias de atractividade e competitividade proporciona a demolição de um edifício que estava habitado por cerca de 300 pessoas? Com que direito, para além do poder discricionário, se impõe a estética, conceito de muito duvidoso direito, como razão de demolição? Que prepotência é esta!?
O processo da demolição do “Prédio Coutinho”, desrespeitando a boa-fé dos cidadãos nas instituições, constitui um brutal atentado cívico ao Estado de Direito. Porque a sua base decisória assenta no preconceito e não no Direito.


terça-feira, 2 de janeiro de 2018

CEGOS E SURDOS...MAS NÃO MUDOS

São de uma lata desmedida!

Quem os ouve falar - aos senhores políticos que fizeram ou apoiaram o anterior Governo patrono da austeridade ++ - deverá julgar que só existem a traço-ponto. Chegaram agora (traço) e nada têm de responsabilidades anteriores (ponto). Aquilo que funciona mal é por total culpa e inépcia do actual governo; o que funciona bem é resultado da excelente política do anterior Governo. Nunca por nunca por terem dado cabo e fechado diversos serviços públicos, por terem cortado verbas a torto e a direito sem olhar a quem, por se terem mostrado mais austeros do que a austeridade. Por terem, na sua visão de um país melhor, uma política de facilidade, optando pelo mais simples e descurando a procura de soluções pela sua incapacidade de pensamento solidário. No fundo, fazendo aquilo que mais gostam e que tomam por missão: proteger os mais ricos, prejudicando todos os outros.

Ouvi-los falar nas sessões da Assembleia da República ou a perorar nas diversas televisões atinge o pior nível de desrespeito pelas pessoas que prejudicaram quer pela contente aceitação de regras primárias da imposta austeridade quer pelo desmantelar de serviços que serviam comunidades de pessoas. Um fartote de indecência mascarada de bom tom a fazer de todos nós uns parvos, uns estúpidos vergados à sua importância.

Não há paciência para tanto enfardo.

quarta-feira, 15 de junho de 2016

ESTÁDIO DO DESPORTO!? ORA,ORA…

(Texto publicado no jornal Público a 27 de Maio de 2016 em resposta a um outro texto da autoria de Fernando Tenreiro e anteriormente também publicado no mesmo jornal)

"Escrevo a propósito de “O estádio do desporto” de Fernando Tenreiro publicado na edição do Público de 19-5-2016, para mostrar a minha indignação. Escreveu o autor: “O departamento das infra-estruturas desportivas do ex-IDP foi posto em causa a partir da criação do QCA desporto no início do século XXI que colocou fora da instituição o investimento de milhões de euros para espaços de desporto. Depois dos milhões gastos, desconhece-se o que são e para que servem as infra-estruturas desportivas nacionais.”.
Quando se desconhece um assunto, duas atitudes são possíveis: informar-se e estudar para ficar a saber ou, pura e simplesmente, ficar calado. Trata-se de uma decisão de bom senso e de responsabilidade.
A Medida Desporto - Intervenção Operacional Regionalmente Desconcentrada da Medida Desporto - integrada no III Quadro Comunitário de Apoio (QCA III), nasceu do acordo entre os representantes da Comissão Europeia e do Governo português. Não foi um medida clandestina, foi publicada no Diário da República e obedeceu aos critérios entendidos como mais adequados ao uso dos financiamentos comunitários.
A intervenção da Medida Desporto diz respeito a um investimento global - superior ao inicialmente previsto - de 340 950 239,30€ a que correspondeu uma comparticipação comunitária FEDER de 145 738 345,20€ distribuída pelas cinco regiões-plano do país, permitindo a construção de 251 equipamentos desportivos. Foram assim realizados 77 Grandes Campos de Jogos, 24 Pistas de Atletismo, 39 Pavilhões Desportivos, 42 Salas Desportivas, 54 Piscinas cobertas, 2 Conjuntos de Balneários, 2 Grandes Campos de Hóquei, 1 Equipamento Náutico Fluvial, 1 Pista de Remo e Canoagem, 2 Pistas de Atletismo de 8 corredores, 1 Nave de Atletismo e 6 Estádios.
O dinheiro do co-financiamento comunitário foi investido, as obras estão à vista e há muitos portugueses - homens, mulheres, jovens, crianças - que as utilizam e lhes dão vida. Para o saber basta não fazer da secretária o centro do conhecimento...
Ou seja, o QCA III Desporto não viveu do “frete”, do fazer favores ou de decisões arbitrárias mas sim da regra e da exigência dos procedimentos como Pré-Candidaturas, Custos Máximos de Referência ou a adequação dos pavimentos às normas desportivas internacionais e os espaços às diversas valências necessárias à sua utilização social. Toda a candidatura era escrutinada pela Unidade de Gestão do Eixo Prioritário 3, aprovada tecnicamente pelo IDP e financeiramente pela UG do Programa Operacional Regional respectivo e homologada pela tutela do Desporto. A execução dos contratos estava sujeita a auditorias de diversos níveis de organismos internos e europeus. E nenhum desses organismos demonstrou dúvidas ou fez acusações sobre o processo.
Não sei que objectivos norteiam o autor do texto - tão pouco me interessam. Mas sei que o que escreveu representa ofensas gratuitas a todos os que trabalharam na Medida Desporto e que desempenharam o seu trabalho com o zelo devido à defesa do interesse público. Fazer insinuações como as que o autor faz é leviano, mal intencionado, irresponsável e não se coaduna com o dever de cidadania que a todos obriga.  

Lisboa, 25 de Maio de 2016
João Paulo Bessa (Coordenador Nacional da IORD da Medida Desporto do QCA III, 2000-2006)"


Por razões de espaço jornalístico não foi possível mostrar os números que sustentam a demonstração da importância das intervenções da Medida no seu enquadramento com as regiões-plano. Nos quadros seguintes estão quer os valores financeiros, quer as tipologias e quantidade dos equipamentos desportivos construídos.


LOCALIZAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS
















quarta-feira, 23 de março de 2016

Bruxelas, 22 de Março 2016


Sylvain Grand Maison

"Uma pessoa estúpida é o tipo de pessoa mais perigoso que existe" definiu Carlo Cipolla na sua 5ª Lei Fundamental da Estupidez Humana donde retirou o corolário "O estúpido é mais perigoso que o bandido". E porquê? Porque de acordo com a sua Lei de Ouro (3ª Lei Fundamental) "Uma pessoa estúpida é uma pessoa que causa um dano a uma outra pessoa ou grupo de pessoas, sem, ao mesmo tempo, obter qualquer vantagem para si ou até mesmo sofrendo uma perda.".
Foi destas leis que me lembrei quando levei com o choque do massacre de Bruxelas. Como se pode ir com aquele ar de quase satisfação que a divulgada foto dos autores nos mostra? O fanatismo estúpido destes suicidas - tal como os kamikazes japoneses (esse imbecil Grupo Especial de Ataques por Choque Corporal) da II Grande Guerra - exige, não só em nome das vítimas mas em nome de todos nós, que a comunidade internacional - e nomeadamente a europeia sobre quem pesam responsabilidades directas da nossa defesa - seja capaz de terminar com a fonte dos problemas: o Daesh. Sem mais desculpas ou assobios para o lado! 
O que exije liderança encabeçada por líderes que sejam capazes de lidar com a situação de acordo com os valores europeus da Liberdade, Direitos e Garantias. E acção em sua defesa antes que sejamos subjugados - ainda por cima com aplausos - pelo securitarismo abusivo da estupidez da extrema-direita.
Como o Tintim, ainda tenho lágrimas nos olhos. Também de revolta, pela inércia dos mandantes...

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Tomados de assalto

A forma leviana com que se discutem números que interferem violentamente na vida das pessoas - no quotidiano real da vida das pessoas - é chocante. Muito pior: é obsceno! 
O facilitismo com que se encontram soluções - sempre as mais fáceis por mais à mão - é demonstração clara de incapacidade, de ignorância, de pesporrência, de estupidez. De redução estratégica. E demonstra mais: demonstra abuso de poder! Abuso que é apanágio dos fracos, dos incapazes, dos cobardes. Mesmo se mascarados no fato que julgam traduzir a certeza dos bravos. Puro engano, não há fato que os mascare nem tamanho que os engrandeça.
O ataque feito pelo governo áqueles que não tem defesas disponíveis, que são obrigados a reduzir, sem quaisquer soluções, a sua - e dos seus - capacidade de enfrentar a vida é mesquinhamente cobarde. Tão cobarde que é imperdoável.
Afivelados nos seus nós de gravata em camisas de colarinho alargado vêem-se com a história a dar-lhes razão. Não dará: porque, sem outra estratégia que não seja seguir a voz do dono, irão desaparecer do tempo, fugindo a coberto de justificativas nuvens de fumo do esforço incompreendido. Que, de facto, não é incompreendido, é incompetente. E interesseiro. Incompetente na relação com o povo que lhes deu o mandato e interesseiro no apoio à agenda dos poderosos. Mercados, financeiros, especuladores... a tralha desta tralha.
Ouvir os senhores que na Assembleia da República fazem a defesa do Governo e das suas acções é pungente. Ouvir os senhores Menezes e Almeida - de quem não se conhece outra experiência que não seja o perorar do parlatório - na defesa do indefensável, ouvir-lhe o primarismo dos argumentos ou a convicção afectada, teatral, de tribunos pelo povo é demasiado penoso. Ao contrário do que pensarão estes e os outros senhores que pelo interesse de uma côdea de importância se vendem na acrobacia das palavras, eles não são respeitáveis. Não há respeito que os cubra. Não temos que lhes ter qualquer respeito. Eles não são respeitáveis. Ponto!
E é inadmissível que a casa da nossa Democracia esteja tomada de assalto pelo interesse.

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