quinta-feira, 22 de outubro de 2015

CARTA ABERTA AOS MEMBROS DA ASSOCIAÇÃO DOS ANTIGOS ALUNOS DO COLÉGIO MILITAR

Cúpula com capote, Jacinto Luis

Caros Camaradas
A caminho do estrangeiro não posso estar presente na Assembleia Geral da AAACM de 23/10/2015 mas não quero deixar de vos comunicar o que, caso pudesse estar presente, iria dizer e qual o meu sentido de voto face à repetição que a Direcção da AAACM pretende fazer da sua  "Proposta de Revisão da Orientação Estratégica da AAACM".
Em primeiro lugar considero - e estou a ser simpático - indelicado, senão desleal, que se repita uma proposta já apresentada e que mereceu a rejeição da Assembleia Geral de acordo com o Comunicado da Mesa da Assembleia Geral da AAACM, assinado pelo seu Presidente e recebido por mail em 8 de Julho de 2015. 
É um facto que formalmente foi alterada a linguagem - de uma linguagem inadmissível passou-se a uma linguagem mais cordata e aceitável - mas o seu conteúdo continua o mesmo como foi afirmado pelos Camaradas Banazol e Rio de Carvalho em duas reuniões distintas mas consecutivas do Conselho de Delegados. Ou seja, na realidade nada foi alterado apesar das críticas formuladas e da rejeição atribuída: trata-se, objectivamente, da mesma proposta!
A apresentação da mesma proposta já, repete-se, rejeitada, constitui uma intolerável falta de respeito pelos associados presentes na Assembleia Geral, violando valores que nos são caros e que pretendemos continuar a manter vivos na instituição que aqui nos une: o Colégio Militar. Por mais disfarces ou retóricas com que se pretenda embrulhar a pretensão, o facto é este: a orientação estratégia pretendida implementar pela Direcção da AAACM foi rejeitada em Assembleia Geral e as razões foram - quer na altura quer nas posteriores reuniões do Conselho de Delegados - suficientemente expostas para que à repetição pretendida não se possa dar outro classificativo que não seja a teimosia.
Sou membro do Conselho de Delegados de Curso e nessa qualidade tenho, com muitos outros dos seus membros e durante o último ano lectivo, visitado o Colégio Militar, tendo podido aperceber-me, quer pelo contacto directo, quer em reuniões com membros da direcção colegial, que tem sido feito um notável esforço para que as coisas - de enorme dificuldade pela forma canhestra, apressada e irresponsável como o Ministério conduziu todo o processo - possam correr o melhor possível e com a melhor segurança. Por outro lado temos sabido das posições da Associação de Pais através do camarada Cordeiro de Araújo, Presidente da Associação de Pais até ao final do último ano lectivo e actual Presidente do Conselho de Delegados. Ou seja, tenho uma boa informação e de nada tenho sabido que possa justificar uma preocupação como a pretendida para inverter o caminho de integração percorrido pelos responsáveis colegiais. Tanto quanto tenho visto e sei, existe uma boa integração de género. E, tanto quanto sei, os alunos e alunas gostam e os Pais também!
Para além desta tranquilizante verificação e do erro que constitui a pretensão da proposta apresentada, pergunto-me como tantos outros o têm feito: com que direito pretende a AAACM intrometer-se (cf. ponto 2, alíneas a) e b) de B da proposta) na gestão pedagógica corrente do Colégio Militar, impondo-se à sua Direcção e às suas responsabilidades através de uma pretendida Orientação Estratégica que vinculará absoluta e univocamente cada uma das acções da Direcção da AAACM nas suas relações com o Colégio Militar, seus alunos, alunas, professores, oficiais e Direcção. É assim, impondo, que se procura uma parceria?
O Colégio Militar, caros camaradas, mudou. É misto. Juntou-se um novo ingrediente à química do Colégio Militar que todos nós conhecíamos e está, na reacção provocada, a formar-se, naturalmente, uma nova realidade. Que é diferente do Colégio que a nossa memória transporta. E esta proposta da Direcção ignora, olimpicamente, esta evidência.
O que a torna extemporânea! E com apenas um sentido perceptível: se alguma coisa correr mal - o quê? porquê? - poderemos refugiarmo-nos no conforto do "nós bem avisamos...".
Parca glória para tanto fumo.
E em que, objectivamente, se traduz esta proposta de Orientação Estratégica? Num Colégio de dois colégios separados por género e com o 3 de Março, misturando-os, a servir de falsa montra. Com consequências gravosas para uma integração que, respeitando os géneros nas áreas devidas, se pretende para manter viva a imagem qualificada do Colégio Militar. Ou seja: pretendendo resolver aquilo que consideram um problema irão, caso a proposta fosse aceite, criar, promovendo divisões, maiores problemas.
Pretendendo imiscuir-se em áreas que não são da sua competência, a proposta esquece aquelas em que a AAACM deveria intervir como a questão essencial que tem marcado negativamente a contemporaneidade colegial: o péssimo estado do seu ensino. E neste campo, o da melhoria do ensino, a AAACM poderá e deverá ter uma palavra decisiva a dizer uma vez que o retorno à excelência está directamente relacionado com a nossa imagem de ex-alunos. E essa deve, conjuntamente com o desenvolvimento do seu carácter filantrópico e solidário, ser a área de intervenção da AAACM. 
E para que as pretendidas intervenções sejam viáveis a AAACM deverá realizar, abandonando o papel de franco-atirador, uma aliança estratégica com a Associação de Pais - principais interessados na normalidade excelente do Colégio - garantindo assim uma acção mais legitimada e eficaz. 
E pode, finalmente, perguntar-se: o elevado preço que se está a pagar sob a forma de desunião do corpo dos antigos alunos justificará com os pretensos benefícios esta teimosia?
Pela discordância que manifesto em relação à proposta de Revisão da Orientação Estratégica da AAACM e se estivesse presente na Assembleia geral de 23 de Outubro de 2015 o meu voto seria, como já o foi na anterior assembleia de 19 de Junho de 2015, contra.
Lisboa, 20 de Outubro de 2015
João Paulo Bessa (200/1957)

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Prémio Universidade de Lisboa 2015, Nuno Teotónio Pereira




Ontem, 15 de Outubro, na cerimónia solene de Abertura do Ano Académico 2015-2016, foi entregue o Prémio Universidade de Lisboa 2015 a Nuno Teotónio Pereira, arquitecto e cidadão exemplar.
Recebeu o prémio a sua mulher, Irene Buarque, e fez o elogio Nuno Portas que, de forma emocionada, relembrou os tempos comuns.
Homenagem justa com a Universidade de Lisboa a mostrar-se atenta à envolvente externa à Academia onde a vida se move e é a essência do conhecimento, da investigação e da teorização.
Para conhecer a decisão do júri, clique aqui

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Domingo arrasador

British Bar, Lisboa
Foto iPhone
Ainda não recuperei do banho eleitoral que o Partido Socialista apanhou nestas eleições  - com as melhores condições para uma ampla vitória - para a Assembleia da República  -  permitindo assim, para além do entalanço estratégico em que se encontra para garantir as promessas e certezas com que creditou os seus votantes, a continuidade no poder de um grupo que, durante os últimos 4 anos, desbaratou o país, diminuiu a qualidade de vida de todo o português que não seja rico, colocou em situações aflitas milhares e milhares de portugueses, retirando-lhes partes das pensões, mandando-os para o desemprego e para a inactividade, retirando futuro aos jovens, estropeando o Serviço Nacional de Saúde e a Escola Pública ou vendendo ao desbarato domínios estratégicos. Em suma: que abusou do poder com que o povo português o mandatou e tratou apenas de cumprir uma agenda cúmplice dos interesses do mundo financeiro global.
E, mesmo assim e embora perdendo 700 000 votos - praticamente o mesmo que dez enchentes simultaneas do Estádio da Luz, isto é: uma brutalidade de votos - os abusadores conseguiram ganhar as eleições. E a razão dessa vitória traduz a pura incapacidade do Partido Socialista. 
Durante a noite de Domingo a frase do falecido Amigo José Cardoso Pires: "Isto não é um país, é um sítio mal frequentado."(Alexandra Alpha, pg28, 1ª edição) passeou-sna minha cabeçaE se o conceito pode traduzir a reacção imediata ao "como é que votam na coligação depois de tudo o que passaram?", uma mais cuidada análise coloca as questões no campo em que devem ser colocadas: no PS, na sua campanha, no seu programa e nas suas propostas. E na óbvia incoerência do dito e do escrito.
Aliás, fazer de um exercício académico de cenário macroeconomico e da sua linguagem liberal e obscura a orgulhosa base de uma postura vencedora é, como se viu no resultado, um erro de palmatória - o mundo, por mais que assim pretendam, não se resolve no quadro preto de uma sala universitária... as dificuldades das pessoas também não. 
No que o dito de Cardoso Pires continua pleno é na permanente demonstração de incompetência, no desleixo dos pormenores do diabo, no desrespeito do elementar. Que a abstenção iria ser menor, diziam os doutos e os políticos para de seguida perorar das virtudes; afinal não fora, dizia-se horas depois, seria a maior de sempre! seria de 43%. E ninguém, nenhum ministro da Administração Interna, se dava ao trabalho de mostrar admiração pelos números: os votantes inscritos ultrapassavam 9 milhões num quadro populacional de 10,3 milhões de habitantes (cf. Prodata) - e a abstenção calcula-se a partir destes números que incluem mortos, desaparecidos e, provavelmente, repetidos, porque não? de mudanças de lugar. 
Pergunta elementar: alguém acha verosímeis estes números? 
Aliás, se os números fossem verdadeiros, poderíamos começar a fechar escolas quase a torto e direito e o dinheiro governamentalmente entregue às escolas privadas em detrimento das públicas deixaria de ser motivo de interesse e discussão, porque não haveria alunos, por não haver jovens.
Alguns distritos eleitorais como Bragança, Guarda, Viana do Castelo ou Vila Real, mostram mais votantes inscritos do que habitantes segundo os dados de cada ficha distrital do Diário de Notícias. Uma borga! A que se acrescenta o vivo dado como morto ou a inabilidade do Ministério dos Negócios Estrangeiros a obrigar a deitar fora votos de Dilí. 
Neste sempre em festa da incompetência do discurso emproado, o resultado: mais do mesmo!
E agora? Que podem fazer os responsáveis do Partido Socialista? Não lhes resta mais do que encontrar uma boa e elevada inteligência táctica que permita que os votantes do Partido Socialista não se sintam, qualquer que seja a situação futura, traídos nas promessas pelas quais votaram. Para que continue a haver Partido Socialista.

sábado, 3 de outubro de 2015

Votar PS


foto Expresso

Só existe uma maneira de tirar do poder aqueles que durante 4 anos nos tornaram a vida insuportável, provocando desemprego e inactivos, diminuindo a qualidade dos serviços de saúde e do ensino público, roubando nas reformas de cada um, vendendo o país a retalho: votar PS e eleger António Costa para 1º Ministro.
Tudo o resto são tretas - não há alternativa para tornar o Páf naquilo que é: uma onomatopeia de uma pancada. A pancada da derrota, paf! Depende de nós.
Votar PS - até porque é o partido cujo legado se confunde com o exercício da democracia - é o que faz sentido para todos que querem impedir a continuidade da austeridade e que acreditam na existência de alternativas que permitam que a nossa vida colectiva e a vida de cada um seja melhor, mais digna e mais cidadã.

Com o voto dos portugueses



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