quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Melhor prémio 2011

Se houve prémio bem atribuído no ano de 2011 esse foi o Prémio Pessoa a Eduardo Lourenço.

Erudito de grande cultura – enorme capacidade para articular coisas aparentemente distintas – humanista, conhecedor como ninguém de Portugal – dos seus mitos, das suas profundezas – Eduardo Lourenço é ainda a nossa maior referência para quem quer conhecer Pessoa e a sua obra.

Melhor decisão não poderia haver: Pessoa a quem é de Pessoa!

Para além de tudo o mais, Eduardo Lourenço tem um notável sentido de humor. O que faz dele um intelectual próximo de qualquer humano. Juntos, podemos sempre rir, aliviando as tensões que a proximidade com a sabedoria sempre cria.

Há anos, dias antes do Mundial de Itália em futebol, encontrámo-nos num congresso em Nápoles. Em dia mais maçador propôs-me : e se fossemos apanhar um barco até Capri e dessemos uma volta pela ilha? Melhor acordo não poderia ter e lá fomos a caminho da travessia.

O mar estava picadito, o barco bamboleava e viemos para o convés para apanhar ar. Já enjoado como uma pescada, encostado à amurada, chamando pelo gregório, olha-me e, pesaroso, lança-me: e sou eu filho de um país de marinheiros …

[como também gosto de lembrar - para que haja uma noção mais clara da amplitude da dimensão da formação colegial – Eduardo Lourenço é, como eu, antigo aluno do Colégio Militar.]

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