terça-feira, 2 de agosto de 2016

O IMI, A ESTUPIDEZ E A ARQUITECTURA


Não sei se ouvi bem... eles disseram que iam aumentar o IMI de acordo com o maior grau de exposição solar ou da existência de vistas de um edifício?!!!!!
Se isto não for mentira é de uma estupidez gratuita, prepotente e abusiva. E é tão estúpida que viola Princípios Básicos da Arquitectura e do Exercício da Profissão e põe em causa qualquer possibilidade de desenvolvimento de uma Política Pública de Arquitectura.
A evidência do estrago é tal que não vale a pena perder tempo a explicar a gravidade. Não iam entender e não merecem a preocupação. Anotem os NÃOS!
(Uma explicaçãozinha ligeira: compete ao arquitecto nos projectos que realiza procurar a maior exposição solar e melhor usufruto de vistas possíveis como forma de garantir o melhor conforto e a maior qualidade do fogo que propõe. Ou seja: cada risco de arquitecto, cada aumento de IMI...).
Pelo andar da carruagem terminaremos a pagar impostzo pela largura da rua, pela distância à praça mais próxima, pela árvore no passeio, pelo fim de escorregadelas na calçada, pelo ninho que a andorinha deixou no beirado, pelo número de janelas das traseiras que permitem a circulação interna do ar, por qualquer melhoria higieno-sanitária do fogo, pela sombra sobre a janela. Pelo facto de ser uma habitação, pelo facto de ser mais do que um abrigo. Pagaremos imposto pelo desenho da Cidade!
Tão estúpido!
Pior. É um fartar vilanagem espertalhote que ultrapassa a estupidez - prejudicar terceiros, prejudicando-se a si próprio - para atingir o patamar do banditismo: prejudicar terceiros para favorecimento próprio.
É ultrajante! É mesquinho! É inculto! Sem a mínima noção das consequências.
Um tiro na Arquitectura.
Importam-se de ter juízo?

(Nota de interesse: não sou proprietário, sou arquitecto.)

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