Sabe-se da vida e da História que, seja a frequência universitária, seja o acesso à Cultura, não fazem de ninguém e por si sós, pessoa decente — todos, seja na nossa vida, seja pelo conhecimento da História, conhecemos ou sabemos de pessoas com graus académicos e com conhecimentos culturais elevados que não passam duns escroques capazes das maiores malfeitorias. Doutores foram assassinos, torcionários, fascistas, nazis, violadores e toda a cáfila de violentadores da espécie humana; gente que produziu Cultura ou que se encantava com as Obras de Arte de outros, fizeram também parte desses mesmos grupos de negação da decência humana.
Que estudantes universitários se comportem como abusadores imbecis e torcionários dos novos colegas com a desculpa da tradição dessa coisa chamada praxe e da qual têm um entendimento inqualificável, estará previsto dentro das possibilidades.
A prática de formas de tortura chega ao conhecimento público — as redes sociais têm essa vantagem... e já correm filmes passados com estudantes da Universidade de Évora e da Universidade da Beira Interior — e não podem ser ignoradas, não sendo possível admitir desculpabilizações como a de dizer que "a praxe fora do campus não pode ser controlada". Pode e deve! Porque a tortura é crime e tem que ser eliminada e os seus responsáveis punidos para que haja reconhecido aviso da sua não admissibilidade.
... fechar os olhos a estas barbaridades porque se tratam de estudantes universitários — isto é, de possíveis filhos de algo — representa uma inadmissível demonstração de cobarde desigualdade de tratamento — aos habitantes dos bairros sociais ou problemáticos não lhes seria permitido tal comportamento...
Preocupante, havendo conhecimento dessas formas de tortura, é o facto de não existir autoridade universitária, Polícia, Ministério Público ou seja quem for que lhes ponha cobro. Porque esperam?! Que haja justiça por mãos vingadoras?