A preparar os festejos na bancada da Luz (foto M.Aguiar) |
A coisa com Rui Vitória, depois de um tempo agradável e ganhador, começou a correr mal — questão de processos e métodos, de entendimento e concepção do jogo ou mesmo de cansaço. A equipa, fosse qual fosse a razão, afundava-se num jogo sem alma.
Por sortes ou razões que ainda se desconhecem, a responsabilidade foi entregue a um treinador da casa: Bruno Lage. E tudo se transformou.
Transformou-se a forma de jogar, transformou-se o sistema de jogo, transformou-se a atitude. Transformou-se a metodologia do treino, diminuindo a importância do volume para aumentar, de acordo com a actualidade do conhecimento, a intensidade. E de certeza com acções de treino directamente relacionadas com o jogo numa metodologia que Mourinho justificava assim: nunca vi um pianista a preparar um concerto dando voltas a correr à volta do piano. Multiplicaram-se assim os golos — o objectivo do jogo — multiplicaram-se os jogadores disponíveis. De um momento para o outro a cultura táctica ganhou o espaço de responsabilidade de cada jogador como resultado de uma evidente coesão colectiva. Enfim, uma equipa, um princípio, um propósito desmultiplicado por cada acção de jogo.
E esta transformação tem um responsável: Bruno Lage. Capaz de estender a transformação e colocar o Desporto, como o fez com a sua intervenção no Marquês, no seu devido espaço, hierarquizando e enquadrando a sua importância.
Bruno Lage, o Transformador.