Começar um novo ano com a notícia da morte de um amigo não é fácil.
Carlos do Carmo não era apenas a Voz - e que voz ele tinha - mas era muito mais do que isso Culturalmente retirou o Fado do espartilho em que o Estado Novo o tinha colocado e, apoiando novos fadistas e cantando novos poetas, entregou-o a quem ele pertence, a nós portugueses e bateu-se para fazer dele Património Imaterial da Humanidade; como cidadão mostrou-se sempre do lado da Democracia e do direito da pessoa humana e sempre que sentiu o desrespeito ou perigo pela Democracia, apresentou-se na 1ª linha. E foi sempre Voz!
Com a sua morte e se perdemos uma voz de combate pela Democracia, temos a sorte de guardar nas memórias tecnológicas o cantar dos seus discos ou dos seus concertos. Que se ouvirão sempre com particular agrado, cantando Lisboa como a cidade única que sempre reconheceu.
Até sempre, meu caro!