O futebol estava desinteressante, fartei-me do jogo e passeei na televisão, parei na SIC – alguma palavra me terá chamado a atenção... fiquei no programa “ Abuso Sexual de Menores”. Fiquei enojado! revoltado!
Como é possível?! A justiça superior de Portugal – o último reduto da liberdade, da decência, da responsabilidade – mete nojo! e os doutos, na satisfação abusadora dos seus poderes, falam de cátedra e lançam teses. Sem vergonha. Sem coisicima nenhuma que não o luxo da própria importância. Quem é que se lembra de considerar que 9 anos de tortura possam ser considerados atenuantes para o torturador?
O problema dos poderes mais que poder é que nunca detectam a estupidez que atingem. O potencial de uma pessoa estúpida, diz Cipolla, deriva da posição de poder e autoridade que ocupa na sociedade e, sabe-se pela 5ª lei fundamental, que o estúpido é o tipo de pessoa mais perigoso que existe. E é, por isso, muito perigoso deixar que as coisas da justiça continuem como estão. Que sejam um poder mais que poder…
O abuso sexual de crianças é um acto ignóbil. Mais do que um abuso é um crime. De uma cobardia extrema que não merece perdão. Estou indignado! nunca julguei que, quase quarenta anos depois do encontro da cidadania responsável, fosse possível, no meu país, esta farsa de justiça. Não sei como podemos andar na rua de cabeça levantada… porque quando os tribunais diminuem responsabilidades e admitem rebuscar factores de justificação é o Estado que o está a permitir. O meu Estado! E isto é brutal abuso do poder pela estupidez humana. Porque o abuso sexual de crianças é um crime e o meu Estado não pode ser o seu cúmplice.
Estou indignado com a indignação que me fazem viver – e gostei muito pouco de muita da desculpabilização que ouvi.
O que se passa nas questões da justiça relacionadas com o abuso sexual de menores é uma vergonha sem nome. De vómitos! Um nojo!