quarta-feira, 6 de abril de 2011

Importam-se?!

1. Tranquilizar os mercados, como veio um senhor banqueiro dizer da acção absolutamente necessária, traduz-se em mais pobres ficarem mais pobres e os ricos ficarem, no mínimo, na mesma. É isto o receituário do pensamento liberal … e não augura nada de bom.

2. Um jornalista económico disse, num programa televisivo e explicando o desastre actual, qualquer coisa parecida com isto: o dinheiro é sempre o mesmo e só dá para a rotação do todo quando acreditamos no faz-de-conta de que se multiplica. E terminou deixando no ar a pergunta exacta que garante a confiança: Por favor, não perguntem onde está o dinheiro. O óbvio do virtual e da forma de fé que faz a transe do capitalismo.

3. Um senhor deputado saltou-me na pantalha para me informar que devia passar a olhar para os deputados pelo mérito, pelo seu trabalho e esforço. Erro profundo. Não quero saber disso para nada: do tempo que levou a trabalhar, do esforço que fez, do suor que deixou escorrer. Quero saber de outras coisas.

Porque o suor não tem  a mínima importância, o resultado sim. Que classificação daríamos a um jogador de futebol de quem se diria após um jogo: correu muito, esforçou-se imenso, trabalhou o tempo todo, falhou três golos e a sua equipa perdeu? Meritória?!

O que exijo a um senhor deputado é que a qualidade do seu trabalho se traduza, em tempo útil, em vantagens e melhorias da qualidade de vida dos portugueses. O tempo, o esforço que fará, não me interessa. O meu contributo financeiro para o seu salário não trata do seu nível de suor, trata da qualidade como resultado do seu trabalho. O mérito mede-se por isso!

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