terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Desigualdade


Time, Agosto 2011
Os dados agora divulgados pela OCDE sobre a desigualdade onde Portugal faz uma péssima figura só são surpresa para os desatentos. Ao lê-los, lembrei-me de duas coisas: uma, de um livro de António Barreto publicado antes do 25 de Abril que então li e que caracterizava Portugal como um país dual, tal a diferença entre ricos e pobres - diferença que, aliás, se mantém com as mesmas características (20% dos mais ricos ganham seis vezes mais do que 20% dos mais pobres); outra, a de um recorte mais recente datado de Agosto que guardei e que traduzia os trabalhos preliminares deste relatório onde Portugal já era apresentado com o pior lugar europeu com valores do índice de Gini (0,353) próximos dos agora apresentados. E de pouco valerá, para quem pertence ao mundo de baixo, o facto de Portugal contrariar a tendência de aumento de fosso - ele é tão grande que levará vidas na aproximação...

Sabe-se: a diferença de rendimentos, a desigualdade entre os que têm muito e os que têm (terão?) muito pouco, é responsável pela falta de qualidade de vida como o demonstra o vídeo que deixo. Mas é tão evidente a sua responsabilidade na diferença dos resultados da vida que, num documento de trabalho intitulado "Endividamento e Desigualdades" realizado em Dezembro do ano passado e a pedido do Fundo Monetário Mundial (FMI), Michael Kumhof e Roman Rancière escreveram: 
"Restabelecer a igualdade redistribuindo os rendimentos dos ricos pelos pobres, não agradaria só aos Robin dos Bosques do mundo inteiro; poderia também poupar à economia mundial uma nova crise de grandes proporções"
Nos quinze minutos da TEDTalks, Richard Wilkinson - o investigador britânico co-autor, com Kate Pickett, de "O Espirito da Igualdade" - dá uma maior dimensão a esta ideia.


Desigualdade, o verdadeiro inimigo.

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