domingo, 2 de março de 2014

Mário Coluna (1935-2014)



Mário Esteves Coluna. Mário Coluna. Senhor Coluna.
Vi-o, felizmente, jogar vezes sem conta: pelo Benfica e pela Selecção. E gostava daquela autoridade suave, da forma como comandava jogadores e, principalmente, da forma como comandava a equipa. Um capitão extraordinário. Respeitadíssimo. Dentro e fora do campo, por companheiros e adversários.
Da bancada sentia-se o seu comando, a sua autoridade no comando do movimento, nas alterações de ritmo, na escolha do tempo que construia a vitória. Enorme capitão Coluna.
Com o que o via fazer, com o que lhe ouvia dizer, fui aprendendo e aprendi muito com ele para poder ser capitão de equipa - fui-o no futebol do Colégio Militar, no rugby do CDUL durante dez anos, no ténis do Clube das Olaias e, ainda, indigitado capitão da Selecção Nacional para a digressão a Inglaterra a que não pude ir por me ter lesionado. E procurei sê-lo de acordo com o que lhe observei e que com ele aprendi. Comandar sem abusar, impor regras competitivas sem desrespeitar companheiros, encontrar os melhores caminhos para a vitória.
Tive uma vez oportunidade de lhe dizer: Você é um Grande Capitão! Aprendi muito consigo. Sorriu-me.
Mário Coluna é uma figura superior do Desporto português e fIco muito satisfeito com a forma como o SL Benfica lhe soube prestar homenagem, agradecendo-lhe o enorme contributo para o engradecimento da imagem do clube e mantendo-o vivo na memória dos benfiquistas.
Que a memória nos relembre o exemplo. Desportivo e de cidadania. 
Mário Coluna, o Monstro Sagrado.

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