quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Tomados de assalto

A forma leviana com que se discutem números que interferem violentamente na vida das pessoas - no quotidiano real da vida das pessoas - é chocante. Muito pior: é obsceno! 
O facilitismo com que se encontram soluções - sempre as mais fáceis por mais à mão - é demonstração clara de incapacidade, de ignorância, de pesporrência, de estupidez. De redução estratégica. E demonstra mais: demonstra abuso de poder! Abuso que é apanágio dos fracos, dos incapazes, dos cobardes. Mesmo se mascarados no fato que julgam traduzir a certeza dos bravos. Puro engano, não há fato que os mascare nem tamanho que os engrandeça.
O ataque feito pelo governo áqueles que não tem defesas disponíveis, que são obrigados a reduzir, sem quaisquer soluções, a sua - e dos seus - capacidade de enfrentar a vida é mesquinhamente cobarde. Tão cobarde que é imperdoável.
Afivelados nos seus nós de gravata em camisas de colarinho alargado vêem-se com a história a dar-lhes razão. Não dará: porque, sem outra estratégia que não seja seguir a voz do dono, irão desaparecer do tempo, fugindo a coberto de justificativas nuvens de fumo do esforço incompreendido. Que, de facto, não é incompreendido, é incompetente. E interesseiro. Incompetente na relação com o povo que lhes deu o mandato e interesseiro no apoio à agenda dos poderosos. Mercados, financeiros, especuladores... a tralha desta tralha.
Ouvir os senhores que na Assembleia da República fazem a defesa do Governo e das suas acções é pungente. Ouvir os senhores Menezes e Almeida - de quem não se conhece outra experiência que não seja o perorar do parlatório - na defesa do indefensável, ouvir-lhe o primarismo dos argumentos ou a convicção afectada, teatral, de tribunos pelo povo é demasiado penoso. Ao contrário do que pensarão estes e os outros senhores que pelo interesse de uma côdea de importância se vendem na acrobacia das palavras, eles não são respeitáveis. Não há respeito que os cubra. Não temos que lhes ter qualquer respeito. Eles não são respeitáveis. Ponto!
E é inadmissível que a casa da nossa Democracia esteja tomada de assalto pelo interesse.

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