quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Propaganda sem vergonha

Passei a correr pelos canais televisivos e vi o sr. Primeiro a responder a perguntas de uma plateia encantada por dar nas vistas, julgando que no final pertencerão aos 10% dos que ganham com a crise à custa dos outros. O marqueteer de serviço e o poder sobre a televisão pública criaram o monstro: o sr. Primeiro num reality-show propagandístico. Demasiado para o meu gosto de decência, passei para as séries do AXN. Mas a senhora de óculos e engalanada a encher-se de satisfação numa pergunta que não ouvi, deu-me o clima.
Presumo? Duvido.
A questão é esta: como é que um Primeiro-Ministro que apenas encontra como soluções para os problemas o assalto a indefesos reformados, a diminuição da capacidade de ensino das escolas, a diminuição da qualidade do Serviço Nacional de Saúde para que, tal como os republicanos americanos, seguros e clínicas privadas medrem agradecidas, o aumento estúpido e desmesurado das rendas de habitação, as decisões permanentes de que desconhecem as consequências, o aumento constante disto e daquilo a diminuir o pouco que há, vai responder para a televisão aquilo que os marketeeers prepararam antes? Com ar de quem presta um serviço à Nação? Investido de uma missão?!
Por julgar que somos todos parvos? Todos amnésicos?
O sr. Primeiro é responsável pelo péssimo estado em que o país - por favor não me responda que não é verdade porque as evidências são óbvias - e, a continuar assim, um dia haverá que as coisas não se passarão na santa paz do senhor. Serão duras e deixarão marcas. E a responsabilidade será dos senhores actuais governantes a comando do sr. Primeiro.
E então não valerá a pena chorar.

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