sábado, 10 de janeiro de 2015

O que é isto? Onde estámos?

A propósito da audição, à porta fechada e na Assembleia da República, do contabilista GES/BES, escreve o Público de 9 de Janeiro:

"Negrão acusou os assessores de serem os autores da "inconfidência", e recebeu do coordenador do PSD, Carlos Abreu Amorim, uma advertência pela acusação infundada. Ainda assim, Negrão exigiu que os assessores presentes desligassem os telemóveis e os computadores."
Sob o mesmo propósito, escreve o jornal i:
"Na audição de ontem, aliás, e após algumas informações terem sido passadas para o exterior, o presidente da comissão parlamentar pediu aos deputados que desligassem os telefones."
De um lado assessores do outro deputados, a mesma causa: "bufar" para o exterior com novas tecnologias o que foi considerado interno; para uma mesma consequência: mando de desligar os telemóveis.
Sem saber se os acusados foram, verdadeiramente, os assessores ou deputados, duas coisas sei: tratava-se de uma audição parlamentar na Assembleia da República e da audição, sem testemunhas exteriores, houve passagem de "contrabando" para o exterior.
O que é isto?! Então os senhores presentes nas salas de audições de porta fechada regem-se por outros interesses que não os da Casa da República? Que gente é esta que admite no seu meio gente que tem por norma servir senhores que não conhecemos? Que raio de ética é esta em que alguém se sente importantíssimo por transmitir aquilo que não deve ou não pode? Com que retorno?
Depois admiram-se que as pessoas achem que os políticos, nomeadamente parlamentares, não passam de uma "canalha" que só está lá para se servir e nunca para servir aquilo com que se comprometeu.
E só há uma forma de limpar esta imagem: um inquérito que defina quem "contrabandeou" o que não devia porque é tempo da marca da decência estar presente em cada gesto dos eleitos da República.

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