domingo, 8 de julho de 2018

TANTOS POR TÃO POUCOS

Base: Infografia The Guardian
Os trabalhos de salvamento das 12 crianças e um adulto - uma equipa de futebol e o seu treinador - que se está realizar na Tailândia, na gruta de Tham Luang, tem-se revestido de aspectos extraordinários. O principal dos quais é o da solidariedade - centenas e centenas de pessoas com as mais variadas origens e conhecimentos tem dito presente. A transformação desses conhecimentos em competências - incluindo as possíveis para os jovens que se encontram no fundo da gruta - tem sido uma notável demonstração de organização sujeita à determinação do primeiro momento: salvar a equipa!

A tarefa de salvamento, pelas notícias que circulam, não tem sido nada fácil quer pela situação encontrada, quer ainda pelo provável aumento do volume das águas que as chuvas da monção provocarão, mostra-se de uma enorme complexidade na articulação das diversas partes e nas decisões a tomar. Um objectivo claro e uma estratégia montada em diversas e diferentes acções comandadas por alguém que tem no centro de comando os elementos que permitem estabelecer os níveis de risco, hierarquizar processos e decidir em conformidade, determinam cada uma das acções. Terminada a operação, este será um caso de estudo de comando e decisão - para que se possam reconhecer os métodos de um processo que, com sucesso visível, juntou profissionais de formações diversas, experiências distintas e capacidades múltiplas.

Serem membros de uma equipa desportiva também não é, como já diversas pessoas mais atentas e conhecedoras lembraram, despiciendo: habituados à disciplina, ao rigor dos treinos e dos jogos, a dependerem uns dos outros sem que ninguém se possa julgar mais importante que qualquer dos companheiros, são factores que têm ajudado, com certeza, a manter a resiliência de que têm dado provas. A capacidade do treinador - a quem os pais dos pequenos futebolistas disseram para não se culpabilizar -  em garantir a coesão de todos os elementos também não será factor de somenos importância.

O final da missão de salvamento, como afirma Steve Whitlock, um experiente socorrista em grutas, só estará terminada quando toda a gente, incluindo socorristas, estiverem fora da gruta. O que significará ainda muitas horas de trabalho, de atenção, de decisões e de coragem.

Neste enorme esforço, nesta verdadeira guerra contra a água, a alegria do salvamento de todos será a maior compensação e melhor homenagem possível para a morte do mergulhador - um antigo membro da elite de mergulhadores tailandeses e um disponível e solidário voluntário para as operações na gruta - Saman Gunan.

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