Sou ainda do tempo que para se ver uma auto-estrada era necessário ir ao Estádio Nacional – sei que não é daqui a expressão “para inglês ver” mas servia perfeitamente. Anos depois iniciou-se a Auto-estrada do Norte – saíamos daqui de Lisboa fazíamos alguns quilómetros, entravamos na estrada antiga e encontrávamos de novo auto-estrada à chegada ao Porto. Deveria ser “para não-automobilista ver”. E lembro-me bem de ouvir a estória do Raul Solnado (abraço, meu Amigo!) a contar que se tinha perdido à saída de Lisboa e só tinha encontrado de novo a auto-estrada à chegada ao Porto.
Depois fez-se a A1 – direitinho, sempre a andar, chega-se ao Porto (e vice-versa, pois claro!). Depois disseram-se assim: vai pela A8, tem menos trânsito, é boa e chega lá na mesma. Fui. Entrei na A8.
Com enorme espanto verifiquei – sem qualquer razão aparente – que, às tantas, já rolava na A17. Num salto, na A25 logo seguida da A29 para passar para a A44 e entroncar na A1, passar a Ponte da Arrábida e, finalmente, chegar ao Porto. Que percurso…
…Que raio era aquilo de passar o tempo a verificar se me tinha enganado. Porque é que o número da auto-estrada mudava sem nexo? Uma vozita falou-me ao ouvido: “É a economia, estúpido!”. Os concursos dos troços da construção?!!, perguntei-me.
É uma explicação. Mas estúpida também.
O que o Raul faria disto se fosse vivo…