Conheci pessoalmente José Maria Pedroto nas mesas do café Orfeu na portuense Júlio Diniz ao lado da Rotunda da Boavista. Juntamente com Nuno Brás passávamos horas à conversa – ele queria saber de rugby e eu aprendia futebol e treino. Pedroto era um homem inteligente, culto, arguto e profundo conhecedor da natureza humana. Por isso deu dimensão ao “seu” Futebol Clube do Porto.
Dele se contam inúmeras estórias – algumas delas já na dimensão mitológica de que nunca se saberá a verdade verdadeira. Vão desde o “também está bem!” depois de diversas repreensões a um jogador recém-chegado que, depois de boas fintas, incapaz de centrar, rematava violentamente para as nuvens – até que acertou na baliza e fez golo… Mas verdadeira é a contada recentemente (entrevista ao Diário de Notícias) pelo prof. José Neto, seu colaborador e amigo: Fernando Gomes, o bi-bota, tinha feito uma primeira parte nem para suplente à garrafa de água; no balneário, Pedroto, pior que estragado (imagino), mandou-o desequipar-se e tomar banho. Terminado o intervalo, apito do árbitro a chamar e Pedroto a avisar “entramos atrasados” para dizer em direcção aos chuveiros “Fernando, equipa-te, entras a jogar a 2ª parte”. Imagine-se o jogo que Gomes terá feito!
José Maria Pedroto, muito saber. E um grande treinador. Aprendi muito com ele.