segunda-feira, 30 de agosto de 2010

O mito sidonista

Façam a República, façam-na, terá dito Miguel Bombarda (1851/1910) a Brito Camacho em cima da morte.

Morro bem. Salvem a Pátria não terá dito Sidónio Pais (1872/1918) aos que o seguraram após os tiros na lisboeta estação do Rossio – invenção afinal do Repórter X* para jornalisticamente dramatizar.

Do primeiro, pouco nos contaram – vida, obra, ideais para além do republicanismo.

Do segundo, pretende-se sempre contar mais – servindo o mito para ilustrar o exemplo da boa governança direitista e patrioteira. De verdade, verdade, nada sei dele para além do que a propaganda ditou. Por acaso, mesmo por acaso, sei que era casado com uma irmã do meu bisavô. Por razões que desconheço – mas de que tenho suspeitas – o tema nunca foi falado lá em casa.

Mas o mito impera: Morro bem. Salvem a Pátria.

Com curiosidade espero a leitura do livro de José Jorge Letria para ficar a saber mais.
*Reinaldo Ferreira

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