Não há improvisos – nós gostámos, achamos que é uma nossa qualidade particular que nos caracteriza e distingue, mas não passa de uma forma de preguiça, de deixar o tempo correr, de falta de previsão e de incapacidade de antecipação.
Os Óscares – o espectáculo do melhor cinema na visão americana - já nos tinham mostrado que cada um diz o que deve – pensado, escrito, antes. Ensaiado. E com muitas preparações que nunca verão a luz da ribalta.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ao deixar a sua marca no Livro de Honra do Palácio de Belém, copiou a meia-dúzia de linhas da sua mensagem dum cartão que tirou do bolso e que guardou posteriormente. Sem improviso. Pensado e reflectido.
O improviso é para situações imprevisíveis. Deixar que seja o improviso a resolver o previsível representa perca de tempo, de qualidade e abre espaço ao risco desnecessário. Mas o improviso, para que não seja uma imprevisível apanhadela na curva, prepara-se e antecipa-se: como bem sabem desportistas de rendimento ou músicos de jazz.