Terminados os Jogos que fazer para além de lembrar os recordes mundiais dos 800m de David Rudisha ou dos 4x100m das meninas dos USA ou dos super-rápidos jamaicanos ou ainda as 22 medalhas de Phelps a juntar à enorme série dos extraordinários momentos e sonhar com outros novos espectáculos desportivos de excelência? Mas sonhar de pés assentes: pensar no que fizemos, como chegámos lá e porque temos de mudar. E pensar essencialmente no que temos de mudar, sabendo para onde mudar.
Q1 - Comparação dos resultados de Portugal com outros países europeus |
Portugal ficou de novo abaixo de muita gente - mais de sessenta países melhor qualificados - mas, pior, ficou atrás de países europeus comparáveis (v.Q1).
Este quadro mostra que nos limitámos a fazer melhor do que a Áustria e do que a Grécia, mas pior que todos os outros. Quanto aos PIGS - em foco face à crise actual e á pesporrência financeira- a Itália esteve bem, 8º mundial, e a Espanha, se não tão bem com o 21º lugar mundial, mostrou-se presente e forte nos desportos colectivos. O que demonstra construção do desenvolvimento e da expressão desportiva.
Q2 - Distribuição do número de Medalhas por Olimpíadas participadas
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Q3 - Distribuição de pontos de Medalhas e Diplomas por Olimpíadas participadas
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Os London 2102 foram, portanto e em termos de pontos de Medalhas e Diplomas, apenas piores do que Atenas e Atlanta. Significa que afinal foi bom? Não, significa que foram o que somos capazes e demonstrador - como os outros Jogos anteriores - das nossas incapacidades desportivas.
Da nossa participação - com a presença em apenas 41% das modalidades em competição - o comportamento das modalidades foi muito díspar (v. Q4). Indo da muito boa presença - o resultado de uma bem conseguida estratégia - da Canoagem à presença notada do Ténis de Mesa, do Remo, do Tiro e, em parte, da Vela, ao desapontamento - contrariando o nosso habitual optimismo - do Atletismo, à agradável presença Equestre com especial relevo para o Cavalo Lusitano, até aos restantes de resultados despercebidos.
Q4 - Pontos de Portugal em Medalhas, Diplomas e Semifinais, distribuídos pelas modalidades presentes |
Se o Atletismo não correspondeu ao pretendido - apenas um Diploma do 7º lugar de Jessica Augusto e um recorde nacional de Vera Barbosa nos 400m barreiras - não se pode dizer que a sua presença tenha sido um desastre: a presença de diversos atletas entre o 8º e 16º lugares permitiram atingir a maior pontuação das delegação portuguesa em termos absolutos - não esquecendo que ao Atletismo cabiam 31% dos atletas presentes. A segunda presença quantitativa pertenceu à Natação - 6 nadadores masculinos e 2 femininos - que, apesar do recorde nacional de Pedro Oliveira nos 200m costas, não conseguiu, bem pelo contrário, qualquer relevo nos seus resultados. O mesmo com as esperanças do Judo - ficaram-se nas brumas.
Q5 - Eficácia (Pontos/Nº Atletas) das modalidades que estiveram em competição |
As estas análises outras mais pormenorizadas e mais finas podem ser feitas. Com o objectivo de perceber o que se passou - as causas reais dos nossos permanentes fracos resultados - para encontrar as soluções que nos permitam, no espaço futuro de duas Olimpíadas, ter alguma coisa a dizer.