segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Outra vez os Estádios

Os Estádios do Euro voltaram à baila: que têm – alguns deles – despesas de exploração ou manutenção incomportáveis e que os municípios não conseguem aguentar a despesa. Como se fosse coisa que não se soubesse ou tivesse sido difícil de prever. Bastaria consultar o número de espectadores presentes nos anos anteriores em cada jogo dos clubes utilizadores dos novos estádios para perceber que a lotação estaria sempre muito longe dos 30.000 lugares.

O curioso é que quando se pretendeu lutar contra o preconceito de que todos os lugares teriam que ser permanentes – o cumprimento do caderno de encargos da UEFA só exigia, naturalmente, a totalidade da lotação para os jogos do Europeu, o que abria a possibilidade de bancadas amovíveis como aconteceu no Euro 2000 – as vozes de apoio foram inexistentes. Hoje, quando a habilidade é de pouca monta e só é preciso saber contar para garantir a evidência, tão pouco surgem ideias interessantes que viabilizem a sua utilização.

Há dias, o Governo informou a Federação Portuguesa de Futebol que não estaria disponível para apoiar obras nos estádios para o Mundial de 2018. E fez muito bem. O que significa que, a realizar-se em Portugal, o Mundial será disputado nos estádios da Luz, Alvalade e Dragão. O que chega e sobra e corresponde às cidades equipadas para receber adeptos e jornalistas estrangeiros sem imposição de despesas que nunca serão investimentos.

Mas existe outra mensagem subjacente nesta atitude governamental: que, para os outros estádios, devem procurar-se soluções e não aumentar os problemas. Que seriam a realidade se houvesse a tentação de fugir em frente atrás de ampliações para aumentar estádios sem públicos.

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