quinta-feira, 8 de julho de 2010

Lições do Mundial

A principal lição que o Mundial da África do Sul nos dá é simples: o colectivo é o mais de uma equipa. Pouco importa o número de vedetas, pouco importam as frases do cheios de vontade, estamos determinados, do queremos vencer etc. e tal. Importante, importante é a capacidade colectiva – a tal que transforma um todo numa soma superior à soma das suas partes. Por uma razão simples e mais do que conhecida – mas muito esquecida: não basta querer, é preciso poder. E poder, nos desportos colectivos, significa, no mínimo, ser capaz de ultrapassar os protagonismos individuais e alinhar um conjunto de normas que se traduzam num espírito de equipa capaz de fazer face aos momentos de pressão e às contrariedades inerentes ao jogo.

Os quatro semi-finalistas do Mundial são equipas que baseiam o seu jogo – as suas capacidades – no colectivo. A Espanha, agora finalista, mostrou-se exemplo maior desse espírito – o golo de Puyol só veio premiar um dos seus mais coerentes seguidores – dando uma enorme lição daquilo que pode hoje ser o Football Association. No Barcelona sempre me admirou a capacidade – claramente aprendida nas suas escolas – do movimento dos jogadores, libertando novas linhas de passe, e da exposição do conceito de que o movimento não termina no momento do passe. E esta Espanha mostra disso – naturalmente – grandes influências. Um gozo para a vista de quem gosta de futebol – e se bem percebi o que me explicaram há anos, um futebol que Mestre Cândido Oliveira não desdenharia.

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