O presidente da Federação Portuguesa de Atletismo, Fernando Mota, demitiu-se do cargo porque a organização que então dirigia cometeu o erro de inscrever a atleta Sara Moreira em prova errada nos Europeus de Pista Coberta. O erro não é de somenos pois Sara Moreira era tida como potencial candidata a uma das medalhas em disputa, havendo até boas previsões para a medalha de ouro. O facto de prejudicar uma desportista candidata a medalhas, coloca o erro num outro plano.
A troca de provas retirou qualquer possibilidade competitiva real à atleta e pode ter-lhe provocado perdas – de uma possível bolsa oficial a possíveis patrocínios – que se podem designar por lucros cessantes. Quer dizer: não ficou em causa apenas prestígio – o que já tem enorme importância num desportista - mas houve também possíveis prejuízos económicos não negligenciáveis.
Ao demitir-se, Fernando Mota, num gesto de grande dignidade e numa atitude muito rara no meio do dirigismo, colocou na ordem do dia um valor fundamental do desporto: o atleta está em primeiro lugar.
… Dando a devida proporção à atitude.