terça-feira, 29 de novembro de 2011

Diferença que distingue

Gosto de Futebol e, por sorte, já vi grandes jogos em grandes estádios europeus e segui muitos mais. Um deles, com muita pena, que não vi - guardo, para não esquecer a vitória e numa qualquer gaveta cá de casa, o bilhete do meu pai - foi o Benfica-Real Madrid de Amsterdam da final da Taça dos Campeões Europeus.

Mas não fui ao Benfica-Sporting. Porque não gosto do estúpido clima de guerra que destrói um jogo e tenho dificuldade em participar na jiga-joga de escoltas, demoras, incómodos. E conivência. Apesar de gostar que a minha equipa ganhe, pertenço ao mundo do rugby que se viu no último Mundial - camisolas diferentes a admirar a qualidade de uns e outros.

Sobre esta matéria, dos desacatos, das claques, da falta de cultura cívica, poderia falar, até do que penso sobre os mais diversos aspectos que mantêm o estado das coisas inalterável. Por razões que me parecem óbvias não farei os comentários que me apeteceriam. Mas deixo nota.

O Desporto tem a particularidade de exigir a suspensão - durante um período de tempo previamente conhecido - das regras que nos regem o quotidiano para as substituir por outras prévia e comummente acordadas e reconhecidas. Ou seja: aqueles que se encontram no espaço do campo desportivo tem como regimento um outro corpo de regras e comportamentos sem que isso envolva considerações cívicas negativas ou reprováveis.

Mas tudo isto termina no espaço limitado pelas linhas do campo desportivo e no tempo pré-determinado. Para os espectadores, claques ou não, a suspensão que o jogo desportivo exige não existe. Continuam sujeitos às regras, aos direitos e deveres. Às leis que regem o país democrático que somos.

E esta diferença - que parece ser muito difícil de perceber - faz a diferença.

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