Terminado o Campeonato do Mundo de Rugby - ganhou a Nova Zelândia - o mundo deixou de andar de pernas para o ar e os horários voltaram à normalidade. Sem as doses maciças de jogos a desoras - um jogo em directo vê-se por paixão, um jogo em diferido vê-se como ciência.
Levou algum tempo a recuperar hábitos mas agora a vida caseira parece a normal de sempre.
Normal é uma maneira de dizer porque com a total recuperação da resiliente Nina agora é a casa que anda de pernas para o ar. Estupenda depois da notável luta pela sobrevivência a Nina não pára. Mete-se com o Percy e o Knight como se eles fossem irmãos de ninhada - passa por eles, provoca-os, salta-lhes por cima, dá-lhes ligeiras palmadas, mordidelas, desafia-os para corridas. Enfim, brinca, luta, salta, rouba-lhes comida. E eles com uma paciência de santo vão-na deixando...com um ou outro bufo para garantir o respeito.
A Nina é uma agitada permanente - se os apanha a dormir não descansa sem que os acorde - e tem uma agilidade extraordinária - consegue, em saltos consecutivos e com enorme facilidade, agarrar com as duas mãos as pontas dos fios dos estores que pairam - medi, claro - a 94 cm do chão. E é também muito inteligente: nas lutas terríveis que faz com as palhinhas que transforma em inimigo preferido e sempre que escapam por baixo de qualquer porta sabe ir à volta para continuar a batalha. E está com um pelo lindo.
Quer um, quer outro - o Percy e o Knight - tiveram que desistir de alguns dos seus lugares preferidos porque a Nina não descansou enquanto não os ocupou. Mas curiosamente, agora!, raras vezes se zangam. Devem ter chegado à conclusão que a melhor táctica, para melhor sossego, era a de cederem terreno.
Parece evidente que a Nina vai ficar cá por casa - situação que se tornava cada vez mais clara à medida da luta pela sobrevivência que vivemos com ela... mas mantemos a esperança que ela desista das correrias madrugada fora.