“The most important thing in the Olympic Games is not winning but taking part; the essential thing in life is not conquering but fighting well.”
Pierre de Coubertin, Father of the Modern Olympic Games, speaking at the London 1908 Closing Ceremony.
Tem mais de um século esta frase de Coubertin. Mesmo assim ainda tem larga citação - o importante é participar - como se os tempos não fossem outros, o desporto não tivesse atingido uma enorme dimensão e o seu entendimento não tivesse novas expressões.
Pessoalmente não sou nada adepto do conceito embora, se considerarmos que hoje falámos de rendimento e portanto de resultados, não tenha grande problema em admitir - no domínio do desporto e não necessariamente em todas as situações da vida - a expressão contida na segunda parte e de que resultará a fácil aceitação da derrota frente a adversários superiores e face a regras comuns. Penso claramente que a participação pertence ao domínio dos aniversários, casamentos, baptizados e quejandos e não ao desporto que tem como domínio principal, competir. Porque é isso que os atletas fazem, competir. E por isso as competições desportivas exigem mínimos, exigem determinado nível de resultados que possibilitam o posicionamento em lugares de rankings que permitem que a competição possa ser real, isto é, que seja tão equilibrada quanto o cumprimento da universalidade a que se deve sujeitar o permita.
A qualidade dos resultados desportivos é relativa. Dependendo tudo do ponto de partida e da superação conseguida. Nem todos têm ou terão possibilidades do resultado absoluto mas podem conseguir resultados considerados notáveis na sua relatividade. Por isso o desporto - e porque só existe competição entre iguais - se organiza em grupos, escalões ou divisões, que permitam o equilíbrio competitivo.
Sendo resultado, o desporto não tem a vitória absoluta como único objectivo.
O que devemos esperar, ou exigir, dos 77 atletas portugueses que se preparam - e se prepararam durante anos - para competir nos Jogos Olímpicos londrinos?
Medalhas? Hinos? Pódios?
Desportivamente Portugal é o que é. Somos o que somos, conseguindo alguns lugares e prémios excepcionais que se traduzem, nos Jogos Olímpicos, em 22 medalhas - 4 de ouro, 7 de prata e 11 de bronze - a que se acrescentam diversos diplomas. Ou seja, se bem analisados face ao número de atletas federados e às condições sociais que envolvem a prática desportiva em Portugal, os nossos resultados olímpicos são decentes.
Nos London 2012 com que podemos contar? Com o normal na prestação de atletas: competir pelos melhores resultados.
E isso significa?! Significa que os atletas, no melhor, se transcendam, ultrapassando os seus melhores resultados e, no pior, se aproximem deles. Ou seja: que na volta, a média dos resultados seja melhor do que à partida. E se no meio disto houver uma ou outra medalha - a Infostrada Sports e o Sports Illustrated prevêem uma medalha de prata para o Judo e Dan Johnson, professor americano da Universidade do Colorado, prevê três - será ouro sobre azul.
Mas a qualidade da participação portuguesa não se definirá unicamente pela conquista de medalhas, mas pelos resultados conseguidos. Que demonstrarão, ou não, que o treino e as condições proporcionadas foram adequadas e bem aproveitadas.E que souberam tirar o melhor partido da excelência da envolvente. Mostrando o melhor ou o pior acerto da área de ponta do desporto português e permitir a continuidade do seu desenvolvimento.
Ora tudo isto exige algum cuidado de análise e não deve ficar no imediatismo do primeiro impulso de pódio ou nada.
Estamos lá! Bons Jogos, bons resultados!