quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

10 anos!

Para atingir a excelência é necessário tempo. O conhecimento especializado necessita de ser vivido e aprendido, surge com a prática, escreve Matthew Syed em Bounce: que 10 mil horas de prática, trabalho ou treino é o necessário para aplicar ao domínio de qualquer tarefa complexa. Ou seja: “são necessários, no mínimo, dez anos para se alcançar um estatuto de nível mundial em qualquer tarefa complexa. […] Por outras palavras, é a prática, e não o talento, que detém a chave do sucesso.”. Tratando da obtenção da mesma excelência, a pesquisa de Maxwell Gladwell traduzida em Outliers chega também à mesma conclusão: 10.000 horas – ou 10 anos – de prática é o tempo mínimo – demonstrado por diversos exemplos de sucesso - para atingir o patamar da excelência.

Na área do Desporto e no seu Long Term Athlete Development, Istvan Balyi afirma a mesma conclusão da necessidade de um período de trabalho ou treino de dez anos para atingir o nível máximo das capacidades próprias num dado desporto ou modalidade.

Dez anos de prática, trabalho ou treino orientado ou propositado é, portanto, o marco no domínio da excelência na especialidade.

No Público dos Reis leio em título - e com chamada à primeira página - “Presidente do grupo de fiscalização das contas públicas certificou contas irregulares do BPP“ e a continuar na entrada, “António Pinto Barbosa presidiu durante 10 anos ao conselho fiscal do banco insolvente liderado por João Rendeiro. Validou as contas até ao último relatório”. Percebo.

Percebo a nomeação porque 10 anos de prática o transformam num especialista. Eventualmente e a somar, porque a insolvência do banco lhe garantirá um superior treino para analisar as contas públicas. Percebo.

Mas a quem o indicou – a notícia refere o PSD – numa acção de prejuízo a si próprio e a todos nós pelo descrédito institucional conseguido, Cipolla não resistiria a qualificar no quadrante Estúpidos.

Neste quadro espero que Pinto Barbosa consiga ter uma acção digna de integração no quadrante Ingénuos: mesmo com eventual prejuízo próprio mas dando-nos o benefício da sua indisponibilidade para o cargo. Era até Inteligente: ganhávamos todos!

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