quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Ofensa de diversão

Ponto prévio: Sou republicano e, portanto, em relação a um Presidente da República apenas falo de questões políticas. Como democrata falo em relação a um candidato de acordo com o seu comportamento, escolhas e propostas.

Aprende-se na escola primária que não se podem misturar quantidades de espécies diferentes. Mais tarde, já com a dureza de alguma secura, aprende-se o mesmo de outra maneira: não se misturam alhos com bugalhos.

E é de alhos e bugalhos que se fala quando se pretende misturar o caso das acções de Cavaco com o texto literário de Alegre. Porque não são, não tratam e não implicam a mesma espécie.

Os factos conhecem-se: acções compradas a preço de saldo e vendidas com ganho de 140%. Um negocião, uma sorte, dirão os ingénuos. Crime? Ilegalidade? Não! Favorecimento? Sim! Porque, claramente, não foi o bom golpe de vista, a boa visão dos mercados, a excelência do economista que previu este rendimento próximo das vantagens do Euromilhões. Porque sem qualquer risco.

E não vale a pena fazer a parte de enorme ofensa como se não houvesse direito a perguntas. Porque não chega - fins não justificam meios - afirmar o direito (ou o interesse) da máxima rendibilidade sobre as poupanças, há respostas necessárias que um candidato, que pretende merecer o nosso respeito, tem de dar. Explicando-se.
E a questão é simples: como é que um titulado economista, que nunca tem dúvidas e raramente se engana não percebe que não há negócios sérios que rendam a brutalidade de 140%?



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